O uso da borra de café como adubo orgânico tem ganhado espaço entre os entusiastas da jardinagem. Muitos acreditam que esse resíduo pode enriquecer o solo e beneficiar o desenvolvimento das plantas. No entanto, é importante destacar que nem todas as espécies se adaptam bem a esse tipo de material. Algumas plantas, inclusive, podem sofrer danos quando expostas à borra de café.
Apesar de ser rica em nutrientes como nitrogênio, potássio e fósforo, a borra de café apresenta características que podem ser prejudiciais para determinadas plantas. Entre os fatores que influenciam essa sensibilidade estão a acidez do material e a presença de compostos que dificultam a absorção de água e nutrientes. Por isso, é fundamental conhecer quais espécies não toleram esse tipo de adubação antes de utilizá-la no jardim ou na horta.
Por que a borra de café pode ser prejudicial para algumas plantas?

A borra de café possui uma acidez considerável, o que pode alterar o pH do solo e afetar o desenvolvimento de plantas sensíveis. Além disso, ela contém cafeína, substância que pode inibir o crescimento de raízes e dificultar a germinação de sementes. Outro ponto relevante é a capacidade da borra de reter água, podendo causar encharcamento e dificultar a oxigenação das raízes.
Essas características tornam a borra de café inadequada para algumas espécies, principalmente aquelas que preferem solos neutros ou alcalinos. A aplicação indiscriminada desse resíduo pode levar ao enfraquecimento das plantas, tornando-as mais suscetíveis a doenças e pragas. Portanto, conhecer as necessidades específicas de cada espécie é essencial para evitar problemas no cultivo.
- Acidez: A borra de café é ligeiramente ácida (pH entre 6,0 e 6,8). Enquanto algumas plantas, como azaleias, hortênsias, samambaias, rosas e tomateiros, se beneficiam de solos mais ácidos, outras, como lavanda, alecrim e orquídeas, preferem solos alcalinos ou neutros e podem ser prejudicadas pelo aumento da acidez. O excesso de acidez pode dificultar a absorção de outros nutrientes pela planta.
- Cafeína: A cafeína presente na borra de café, especialmente na borra fresca, pode ser tóxica para algumas plantas, especialmente para a germinação de sementes e o desenvolvimento de plântulas. Pesquisas mostram que a cafeína pode inibir o crescimento de raízes em algumas espécies.
- Compactação do solo: Se aplicada em camadas muito grossas e úmidas, a borra de café pode compactar o solo, formando uma “crosta” que dificulta a penetração da água e a aeração das raízes, sufocando-as. Isso também pode levar ao surgimento de mofo e fungos indesejados.
- Atração de pragas/fungos (uso incorreto): A borra úmida pode atrair alguns fungos indesejáveis se não for seca ou misturada corretamente ao solo.
Quais são as 5 plantas que não toleram borra de café?
Entre as plantas mais conhecidas que não se adaptam bem à borra de café, destacam-se algumas espécies populares em jardins e hortas. Confira a seguir uma lista com cinco delas:
- Lavanda: Essa planta aromática prefere solos alcalinos e bem drenados. O excesso de acidez causado pela borra de café pode prejudicar seu crescimento e comprometer a floração.
- Manjericão: O manjericão necessita de um solo levemente alcalino para se desenvolver. A borra de café pode acidificar o solo e afetar negativamente a saúde da planta.
- Tomilho: Assim como a lavanda, o tomilho não tolera solos ácidos. A aplicação de borra de café pode resultar em folhas amareladas e crescimento reduzido.
- Orquídeas: Essas plantas são sensíveis ao excesso de umidade e à alteração do pH do substrato. A borra de café pode dificultar a drenagem e favorecer o surgimento de fungos.
- Ervilha: A ervilha prefere solos neutros ou levemente alcalinos. O uso de borra de café pode comprometer a germinação e o desenvolvimento das mudas.
Como utilizar a borra de café de forma segura no jardim?
Para evitar problemas, é importante aplicar a borra de café apenas em plantas que toleram solos ácidos e em pequenas quantidades. Recomenda-se misturar o resíduo com outros materiais orgânicos, como folhas secas ou casca de ovo, para equilibrar o pH do solo. Além disso, a borra deve ser bem seca antes do uso, evitando o acúmulo de umidade e a proliferação de fungos.
Para aproveitar os benefícios da borra de café sem prejudicar suas plantas, siga estas dicas:
- Compostagem: A melhor forma de utilizar a borra é adicioná-la à sua composteira. Durante o processo de compostagem, a cafeína se degrada e os nutrientes são liberados de forma mais equilibrada, reduzindo os riscos de toxicidade e acidez excessiva.
- Secar a borra: Se for usar diretamente no solo, certifique-se de que a borra esteja seca para evitar a formação de mofo e compactação.
- Aplicar em camadas finas: Espalhe uma camada muito fina (no máximo 0,5 cm) sobre o solo, ou misture-a com a terra.
- Moderação: Use a borra de café com moderação. Uma colher de sopa para vasos pequenos a cada 15 dias pode ser suficiente.
- Observar a planta: Sempre observe como suas plantas reagem ao uso da borra de café. Se notar sinais de estresse ou crescimento inadequado, suspenda o uso.
- “Chá” de café: Uma alternativa é diluir uma colher de sopa de borra em 1 litro de água, deixar descansar por 24 horas e usar para regar as plantas a cada 15 dias.
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Conhecer as necessidades específicas de cada espécie é fundamental para garantir um cultivo saudável. A borra de café pode ser uma aliada no cuidado com o jardim, desde que utilizada de maneira consciente e adaptada às características das plantas presentes no espaço.