O acidente envolvendo a publicitária brasileira Juliana Marins durante uma escalada no vulcão Rinjani, na Indonésia, trouxe à tona discussões sobre segurança em trilhas internacionais e a responsabilidade de empresas de turismo de aventura. O caso, ocorrido no final de junho, chamou atenção pela gravidade das circunstâncias e pelas imagens exibidas recentemente em rede nacional, que mostraram detalhes do resgate e dos momentos finais da vítima.
De acordo com informações do g1, Juliana participava de uma excursão organizada por uma empresa local quando sofreu uma queda fatal. O episódio levantou questionamentos sobre os procedimentos adotados por guias e sobre a estrutura oferecida aos turistas em trilhas de alto risco, especialmente em destinos populares entre aventureiros brasileiros e estrangeiros.
Como a mãe de Juliana Marins expôs o caso?
O Fantástico fez uma reportagem trazendo novidades assustadoras no caso da Juliana Marins. O guia não tinha certificação, abandonou a Juliana pra fumar e a administração do parque NÃO CHAMOU A DEFESA CIVIL NAS PRIMEIRAS HORAS PRA TENTAR ABAFAR O ACIDENTE. pic.twitter.com/uddENPluTC
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) June 30, 2025
O programa Fantástico, da TV Globo, apresentou neste domingo (29/6) novas imagens relacionadas ao acidente que tirou a vida da publicitária brasileira Juliana Marins. Ela caiu enquanto escalava o vulcão Rinjani, na Indonésia. Uma das gravações mostra que a lanterna acoplada ao capacete da jovem ainda permanecia ligada. Durante a reportagem, os pais de Juliana atribuíram responsabilidade ao guia turístico, à empresa responsável pela trilha e também à administração do parque onde ocorreu a tragédia.
“É uma indignação muito grande. Esses caras mataram minha filha.”, desabafou Estela Marins, mãe da publicitária.
De acordo com o relato dos pais, o guia abandonou Juliana sozinha na trilha após ela demonstrar sinais de exaustão. Ele teria se afastado por aproximadamente 40 minutos para fumar.
Os familiares também criticaram a falta de estrutura da equipe responsável pelo passeio, que enfrentava um trajeto conhecido pela sua complexidade com apenas uma corda como equipamento de segurança.
“Os culpados, no meu entendimento, são o guia, que deixou Juliana sozinha para fumar, 40 ou 50 minutos, tirou os olhos dela. A empresa que vende os passeios, porque esses passeios são vendidos em banquinha como sendo trilhas fáceis de fazer. Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil.”, afirmou Manoel Marins, pai de Juliana.
Como ocorreu o acidente no vulcão Rinjani?
O acidente aconteceu durante a madrugada, por volta das 4h, enquanto Juliana e outros turistas percorriam uma das trilhas do vulcão Rinjani, considerado um dos pontos mais desafiadores da Indonésia. Segundo relatos, a publicitária teria ficado para trás após manifestar cansaço, momento em que o guia responsável se afastou para fumar, deixando-a sozinha por cerca de 40 minutos. Esse intervalo foi suficiente para que a situação se agravasse, resultando na queda da turista.
Imagens exibidas posteriormente mostraram que a luz do capacete de Juliana permaneceu acesa após o acidente, indicando que ela ainda estava em local de difícil acesso. O resgate, no entanto, só foi realizado horas depois, o que levantou críticas quanto à agilidade e à preparação das equipes envolvidas.
Quais foram as falhas apontadas na segurança da trilha?
Após o ocorrido, familiares de Juliana Marins destacaram uma série de falhas no protocolo de segurança adotado pela empresa de turismo e pela administração do parque. Entre os principais pontos mencionados estão:
- Ausência de acompanhamento contínuo: O guia deixou a turista sozinha em um trecho perigoso da trilha.
- Equipamentos inadequados: A equipe contava apenas com uma corda simples para situações de resgate.
- Demora no acionamento da Defesa Civil: O socorro só chegou ao local aproximadamente 15 horas após o acidente.
- Informações insuficientes aos turistas: Os passeios eram vendidos como trilhas acessíveis, sem alertar sobre os riscos reais.
Essas falhas evidenciam a necessidade de revisão dos padrões de segurança em trilhas de aventura, especialmente em locais que recebem grande fluxo de visitantes internacionais.
O que turistas devem considerar antes de fazer trilhas internacionais?

Antes de embarcar em uma trilha em outro país, é fundamental que turistas avaliem alguns aspectos para garantir sua segurança. Entre as recomendações mais importantes estão:
- Verificar a reputação da empresa responsável pelo passeio, buscando referências e avaliações de outros viajantes.
- Certificar-se de que os guias possuem treinamento adequado e conhecem procedimentos de primeiros socorros.
- Exigir informações detalhadas sobre o grau de dificuldade da trilha e os equipamentos fornecidos.
- Observar se há estrutura de resgate eficiente e comunicação rápida com equipes de emergência.
- Evitar seguir sozinho em trechos isolados, especialmente em ambientes de risco elevado.
Essas medidas podem contribuir para minimizar riscos e evitar situações semelhantes à que vitimou Juliana Marins.
O acidente no vulcão Rinjani provocou debates sobre a regulamentação do turismo de aventura e a necessidade de fiscalização mais rigorosa em destinos turísticos internacionais. A exposição do caso em programas de grande audiência ampliou a discussão sobre a responsabilidade de empresas, guias e órgãos gestores de parques naturais. Além disso, reforçou a importância de turistas estarem atentos às condições de segurança antes de contratar serviços em trilhas e montanhas.