Em 2025, o setor agrícola do Rio Grande do Sul passou a contar com novas regras para o crédito rural, resultado da sanção da lei 15.038/2024. A medida foi criada após as intensas enchentes que atingiram o estado no ano anterior, trazendo prejuízos expressivos para milhares de produtores. O novo conjunto de normas busca oferecer condições diferenciadas para agricultores que enfrentaram perdas, promovendo alternativas para manter a produção e a renda no campo.
Com a aprovação dessa legislação, o acesso ao crédito rural tornou-se mais flexível para quem foi impactado por eventos climáticos extremos. O objetivo central é garantir que os produtores possam reestruturar suas atividades, evitando o abandono das lavouras e contribuindo para a recuperação econômica da região. As mudanças foram construídas a partir de discussões envolvendo representantes do setor, órgãos governamentais e instituições financeiras.
Como a lei 15.038/2024 altera o crédito rural no Rio Grande do Sul?
A principal inovação trazida pela lei é a possibilidade de concessão de descontos expressivos nas parcelas de financiamentos rurais. Agricultores que comprovarem prejuízos decorrentes das enchentes podem solicitar abatimentos que chegam a até 60% do valor das parcelas, conforme critérios definidos por uma comissão especializada. Essa medida busca aliviar o peso das dívidas e permitir que os produtores retomem o ciclo produtivo.
Além disso, a legislação autoriza o uso de recursos remanescentes de operações financeiras anteriores para reforçar o apoio aos produtores afetados. Isso permite uma resposta mais rápida e eficiente, evitando que verbas fiquem paradas enquanto há demanda urgente no campo. A lei também prevê a possibilidade de revisões futuras, caso seja necessário ampliar o alcance das medidas de socorro.

Quais são as principais características do programa “Desenrola Rural”?
O “Desenrola Rural” foi desenvolvido para facilitar a renegociação de dívidas e ampliar o acesso ao crédito para agricultores em situação de vulnerabilidade. O programa oferece alternativas para que produtores com restrições no histórico de crédito possam obter novos financiamentos, promovendo a inclusão financeira e a continuidade das atividades agrícolas.
- Renegociação facilitada: Permite revisar contratos antigos, ajustando prazos e valores conforme a capacidade de pagamento do produtor.
- Acesso a novos créditos: Agricultores negativados podem solicitar financiamentos para investir na recuperação das lavouras.
- Recomposição das atividades: Recursos podem ser usados para replantio, compra de insumos e manutenção das operações.
- Suporte emergencial: Ajuda a cobrir despesas imediatas, como folha de pagamento e aquisição de equipamentos.
Quais desafios permanecem para a efetivação das novas regras?
A implementação das mudanças no crédito rural exige integração entre diferentes órgãos públicos e instituições financeiras. Um dos principais desafios é garantir que os recursos sejam liberados de forma ágil e transparente, evitando burocracias que possam atrasar a recuperação dos produtores. Além disso, é fundamental que os critérios para concessão dos descontos sejam claros e justos, assegurando que o benefício chegue a quem realmente precisa.
Outro ponto importante é o acompanhamento constante das medidas adotadas, permitindo ajustes sempre que necessário. O diálogo entre governo, bancos e representantes do setor agrícola será essencial para aprimorar o sistema e garantir que o crédito rural cumpra seu papel de apoiar o desenvolvimento sustentável no campo.
Como o crédito rural pode evoluir diante de eventos climáticos extremos?
A experiência recente do Rio Grande do Sul mostra a importância de políticas públicas flexíveis e rápidas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. A lei 15.038/2024 representa um avanço nesse sentido, criando mecanismos que podem ser adaptados para outras regiões do país. O fortalecimento de programas como o “Desenrola Rural” e a ampliação do acesso ao crédito são estratégias fundamentais para garantir a continuidade da produção agrícola e a segurança alimentar nacional.
Com o aprimoramento das regras e a participação ativa dos diferentes agentes envolvidos, o crédito rural tende a se consolidar como um instrumento de proteção e estímulo ao setor, contribuindo para a estabilidade econômica e social das comunidades rurais brasileiras.
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