Dubai é uma cidade conhecida por suas inovações arquitetônicas e arranha-céus impressionantes. Entre essas estruturas, a Cayan Tower se destaca não apenas por sua altura, mas por seu design espiralado único. Inaugurado em 2013, o arranha-céu é um exemplo marcante de arquitetura futurista, com uma rotação de 90 graus ao longo de seus 75 andares. No entanto, mais de uma década após sua abertura, muitos de seus apartamentos permanecem desocupados, levantando questões sobre o impacto real de tais projetos no mercado imobiliário local.
A Cayan Tower é um exemplo de “arranha-céu torcido“, um conceito relativamente novo na construção civil. Cada andar da torre é girado 1,2 grau em relação ao anterior, criando um efeito de torção contínua. Este design não é apenas estético; ele também ajuda a dispersar a força dos ventos, reduzindo a oscilação estrutural. Projetada pela renomada firma Skidmore, Owings & Merrill, a torre foi concebida para resistir a condições climáticas extremas, comuns na região do Golfo Pérsico.
Quais são as características técnicas da Cayan Tower?
Localizada na prestigiada Dubai Marina, a Cayan Tower tem 307 metros de altura e abriga 495 unidades residenciais. O edifício oferece uma variedade de amenidades de luxo, incluindo piscinas com vista panorâmica, uma academia de última geração, estacionamento subterrâneo e salas de reunião. A fachada em alumínio dourado e vidro espelhado reflete o entorno, criando efeitos visuais distintos ao longo do dia. De acordo com o Council on Tall Buildings and Urban Habitat, o projeto segue rigorosos padrões internacionais de segurança.
- Altura: A torre atinge uma altura de 306,4 metros (1.005 pés).
- Andares: Possui 75 andares acima do solo e 5 andares abaixo do solo.
- Torção: A característica mais distintiva é sua torção de 90 graus do térreo ao topo. Isso é conseguido girando cada andar 1,2 graus no sentido horário em relação ao andar abaixo.
- Design e Estrutura:
- Projetada pelo renomado grupo de arquitetura Skidmore, Owings & Merrill (SOM), o mesmo que projetou o Burj Khalifa.
- A forma é inspirada na estrutura do DNA humano, com uma espiral.
- A estrutura é composta por um núcleo central cilíndrico de concreto que serve como pilar principal, ao redor do qual os andares giram.
- As colunas perimetrais são feitas de concreto armado de alta resistência e se inclinam para dentro ou para fora, mantendo uma posição consistente em relação à fachada da torre em cada andar.
- A padronização dos andares, apesar da complexidade da torção, permitiu uma construção eficiente.
- A torção não é apenas estética; ela ajuda a dispersar a força do vento, reduzindo a oscilação estrutural e otimizando as vistas.
- Material: A estrutura é predominantemente de concreto. A fachada possui painéis metálicos de cor titânio em colunas de concreto fundido no local, com painéis de tela escalonados para filtrar a luz solar direta.
- Número de Apartamentos: Abriga 495 unidades residenciais de luxo.
- Elevadores: Possui 7 elevadores, com poços circulares posicionados no centro do edifício para se adequar ao design helicoidal.
- Estacionamento: Conta com estacionamento subterrâneo para mais de 600 veículos, distribuídos em 12 níveis (incluindo os subsolos).
- Fundação: A torre é fundada em uma laje de fundação de concreto armado de 3 metros de espessura, apoiada em 99 estacas de 1,2 metros de diâmetro que se estendem por cerca de 30 metros abaixo da laje.
- Área Bruta de Construção: 111.484 m².
- Conclusão: Foi concluída em 10 de junho de 2013.
Por que muitos apartamentos na Cayan Tower estão desocupados?
Apesar de sua visibilidade global, a Cayan Tower enfrenta desafios significativos no mercado imobiliário. Relatórios indicam que a taxa de ocupação nunca superou 65%. As causas incluem:
- Excesso de oferta imobiliária: O boom de construções em Dubai gerou um número de unidades residenciais superior à demanda.
- Preços elevados: Os apartamentos são vendidos por valores que variam de US$ 700 mil a US$ 2,5 milhões, afastando compradores interessados em imóveis de uso próprio.
- Investidores especulativos: Muitos compradores adquiriram as unidades como investimento, sem intenção de ocupação imediata.
- Altos custos de manutenção: Estruturas únicas exigem manutenção especializada, elevando os custos condominiais.
Como a pandemia impactou o arranha-céu?

A pandemia de COVID-19 acentuou os desafios enfrentados pela Cayan Tower. A queda do turismo e a desaceleração econômica resultaram em mais unidades vazias. Além disso, a tendência do home office levou a uma maior demanda por espaços suburbanos mais acessíveis. No entanto, a torre continua a ser um símbolo poderoso da arquitetura de vanguarda, atraindo curiosos e profissionais do setor.
O conceito de arranha-céu torcido não é exclusivo de Dubai. Cidades como Xangai e Malmö também adotaram estruturas rotacionadas. O sucesso desses projetos depende da harmonia entre forma e função. Quando a estética compromete a eficiência, o projeto pode se tornar um elefante branco. A Cayan Tower, apesar de suas dificuldades, serve como um lembrete de que o futuro da arquitetura precisa ser belo e habitável.