Pesquisadores norte-americanos anunciaram em 2025 uma descoberta que pode abrir novos caminhos no tratamento do Alzheimer. Um composto natural presente no alecrim e na sálvia, ervas tradicionalmente utilizadas na culinária e na medicina popular, demonstrou potencial para melhorar a memória e reduzir sintomas associados à doença. O estudo, realizado em centros de pesquisa dos Estados Unidos, trouxe evidências que reforçam o papel dessas plantas na saúde cerebral.
O Alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo, é caracterizado pela perda progressiva da memória e de outras funções cognitivas. Até o momento, os tratamentos disponíveis visam apenas retardar o avanço dos sintomas, sem oferecer uma cura definitiva. Por isso, a identificação de substâncias naturais com propriedades neuroprotetoras desperta grande interesse entre cientistas e profissionais da saúde.
Como o composto do alecrim e da sálvia atua no cérebro?

Segundo os pesquisadores, o composto identificado nas duas ervas atua em diferentes mecanismos relacionados à memória e à proteção dos neurônios. Entre suas principais ações, destaca-se a capacidade de inibir enzimas que degradam neurotransmissores essenciais para o funcionamento cerebral, como a acetilcolina. Além disso, estudos laboratoriais apontaram que a substância possui propriedades antioxidantes, ajudando a combater o estresse oxidativo, um dos fatores que contribuem para a progressão do Alzheimer.
Os testes realizados em modelos animais mostraram melhora significativa no desempenho de tarefas de memória após a administração do composto. Os resultados sugerem que o uso contínuo pode não apenas melhorar a cognição, mas também retardar o aparecimento de placas beta-amiloides, estruturas associadas ao desenvolvimento da doença.
Quais são os benefícios do alecrim e da sálvia para a memória?
O uso dessas plantas como aliadas da memória não é novidade. Essas ervas já eram valorizadas em práticas tradicionais por seus efeitos positivos no foco e na clareza mental. Agora, com a confirmação científica do potencial de seus compostos, cresce o interesse em incluí-las na rotina alimentar de forma segura e orientada.
Alecrim e a Memória
O alecrim é conhecido por ser um aliado da saúde cerebral, com estudos indicando que ele pode melhorar a memória de diversas formas:
- Composto 1,8-cineol: Um dos principais compostos presentes no alecrim, o 1,8-cineol, tem sido associado à melhora da memória. Pesquisas sugerem que a inalação do aroma de alecrim, que contém esse composto, pode aumentar a capacidade de lembrar tarefas futuras (memória prospectiva) e também a memória de longo prazo. Ele atua em sistemas bioquímicos ligados à memória e cognição, aumentando a acetilcolina, um neurotransmissor essencial.
- Aumento do estado de alerta e foco: Além da memória, o alecrim pode contribuir para um maior estado de alerta e concentração, o que indiretamente beneficia o desempenho cognitivo.
- Propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias: O alecrim é rico em antioxidantes, como o ácido carnósico, que ajudam a proteger as células cerebrais do estresse oxidativo e da inflamação. Isso é fundamental para a saúde cerebral a longo prazo e pode ter um papel na prevenção de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
- Melhora da circulação sanguínea: A erva também pode melhorar o fluxo sanguíneo, o que otimiza o fornecimento de oxigênio e nutrientes para o cérebro.
Sálvia e a Memória
A sálvia também possui um histórico de uso para aprimorar a memória, e pesquisas mais recentes têm explorado seus mecanismos:
- Inibição da acetilcolinesterase: A sálvia, em espécies como Salvia officinalis e Salvia lavandulaefolia, tem demonstrado a capacidade de inibir a enzima acetilcolinesterase. Essa enzima é responsável por quebrar a acetilcolina no cérebro. Ao inibi-la, a sálvia aumenta a disponibilidade de acetilcolina, um neurotransmissor crucial para a memória e o aprendizado.
- Compostos neuroprotetores: A sálvia contém compostos como a tujona, cânfora e ácido rosmarínico, que podem ter efeitos neuroprotetores, protegendo as células cerebrais contra danos.
- Poder antioxidante: Assim como o alecrim, a sálvia é rica em antioxidantes, como flavonoides e ácidos fenólicos, que combatem o estresse oxidativo e contribuem para a saúde geral do cérebro.
- Melhora da função cognitiva: Estudos sugerem que a sálvia pode melhorar a memória, o estado de alerta e o desempenho cognitivo em adultos jovens e idosos.
Como incorporar essas plantas na rotina?
Embora o estudo destaque os benefícios do composto isolado, o consumo regular dessas plantas pode contribuir para a saúde cerebral. Especialistas recomendam que, além de uma alimentação equilibrada, a inclusão dessas ervas em receitas do dia a dia pode ser uma estratégia complementar. No entanto, é importante ressaltar que o uso deve ser moderado e não substitui tratamentos médicos convencionais.
Na alimentação
Ambas as ervas são versáteis e podem ser usadas para realçar o sabor de diversos pratos:
- Alecrim:
- Carnes e aves: Experimente adicionar ramos de alecrim fresco ao assar frango, carne suína ou cordeiro.
- Batatas e vegetais: O alecrim combina muito bem com batatas assadas, brócolis, cenoura e outros vegetais.
- Sopas e molhos: Use alecrim seco para temperar sopas, molhos de tomate e ensopados.
- Azeites e vinagres aromatizados: Deixe ramos de alecrim em azeite de oliva ou vinagre por algumas semanas para criar um tempero saboroso e aromático para saladas e outros pratos.
- Pães e focaccias: Adicione alecrim picado à massa de pães caseiros ou focaccias.
- Sálvia:
- Massas e molhos: A sálvia é um clássico em molhos para massas, como o famoso molho “manteiga e sálvia”.
- Carnes brancas e peixes: Ela harmoniza bem com frango, peru e peixes, adicionando um sabor distinto e levemente apimentado.
- Recheios: Use a sálvia em recheios de aves ou vegetais.
- Ovos e omeletes: Um toque de sálvia picada pode transformar um simples prato de ovos.
- Risotos: Experimente adicionar sálvia em risotos para um sabor mais complexo.
Chás e infusões
Uma das formas mais populares de consumir essas ervas para fins medicinais:
- Chá de Alecrim:
- Ingredientes: 1 colher de sopa de folhas frescas de alecrim (ou 1 colher de chá de folhas secas) para 250 ml de água fervente.
- Preparo: Ferva a água, adicione o alecrim e deixe em infusão por 5 a 10 minutos. Coe e beba. Você pode consumir 2 a 3 xícaras por dia.
- Chá de Sálvia:
- Ingredientes: 1 colher de sopa de folhas de sálvia (frescas ou secas) para 1 xícara de água fervente.
- Preparo: Ferva a água, adicione as folhas de sálvia e deixe em repouso por 5 a 10 minutos. Coe e beba até 3 vezes ao dia.
Outras formas de uso
- Aromaterapia: O óleo essencial de alecrim, em particular, tem sido associado à melhora da função de memória. Você pode usar um difusor de óleos essenciais para inalar o aroma de alecrim no ambiente. A sálvia também pode ser usada em aromaterapia para promover relaxamento e alívio do estresse.
- Água aromatizada: Adicione ramos de alecrim e algumas folhas de sálvia à sua jarra de água para um sabor refrescante e sutil, que também oferece os benefícios das ervas.
- Extratos e suplementos: Existem extratos e suplementos dessas plantas disponíveis. No entanto, é crucial consultar um médico ou nutricionista antes de iniciar o uso, pois a dosagem e a forma podem variar e interagir com outros medicamentos.
Os resultados recentes reforçam a importância de investigar substâncias presentes em plantas como alternativas para o tratamento do Alzheimer. A expectativa é que, nos próximos anos, novos estudos clínicos sejam realizados para avaliar a eficácia e a segurança do composto em humanos. Enquanto isso, a descoberta amplia o leque de possibilidades para a prevenção e o manejo da doença, destacando o valor de recursos naturais no cuidado com a memória.
Com o avanço das pesquisas, espera-se que a combinação de terapias convencionais e abordagens naturais possa oferecer uma resposta mais eficaz aos desafios impostos pelo Alzheimer. Essas plantas, presentes em muitas cozinhas e jardins, ganham destaque como aliados potenciais na busca por uma melhor qualidade de vida para quem convive com a doença.