Uma significativa alteração nas condições meteorológicas está em curso no Rio Grande do Sul, trazendo consigo chuvas, ventos intensos e possibilidade de temporais em diversas regiões do estado. A chegada de áreas de instabilidade já provocou mudanças perceptíveis no clima, especialmente em cidades do Oeste e Noroeste gaúcho, onde foram registradas precipitações acompanhadas de trovoadas e granizo.
Esse cenário do clima é resultado da entrada de ar mais quente em altitude, proveniente do Nordeste da Argentina, que substitui o ar frio instalado após a passagem de uma frente fria no último fim de semana. Com isso, as temperaturas aumentaram rapidamente em algumas áreas, como no Vale do Taquari, que registrou máximas elevadas para o período de junho.
O que está provocando a mudança do clima no Rio Grande do Sul?
⚠️⛈️ O RS está sob alerta de chuvas intensas e elevados acumulados até a sexta-feira, com risco de tempestades, ventos fortes e queda de granizo.
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) June 16, 2025
💦 Os acumulados até a noite de sexta-feira podem pontualmente passar dos 200 mm no oeste gaúcho.
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A principal responsável pela instabilidade atual é a combinação entre a chegada de ar quente em níveis mais altos da atmosfera e a atuação de uma corrente de jato em baixos níveis, conhecida como JBN. Esse fenômeno meteorológico funciona como um corredor de vento, transportando ar quente e favorecendo a formação de nuvens carregadas, capazes de gerar tempestades localizadas com chuva forte, ventos e granizo.
Durante a noite e a madrugada, a instabilidade avança de Oeste para Leste, atingindo o Centro, Norte e regiões da Campanha. A previsão indica que, até o início da manhã, grande parte do estado estará sob influência dessas áreas de chuva, inclusive Porto Alegre e municípios vizinhos. A terça-feira tende a ser marcada por períodos de instabilidade, com precipitações em boa parte do território gaúcho.
Quais são os riscos associados ao tempo instável?
Com a intensificação das áreas de instabilidade, aumenta o risco de temporais isolados, especialmente com a possibilidade de rajadas de vento forte e queda de granizo. A corrente de jato em baixos níveis contribui para a formação de células de tempestade, que podem resultar em fenômenos severos, como microexplosões e, em casos mais raros, até tornados.
- Chuva intensa: Volumes elevados podem ser registrados em curto espaço de tempo, aumentando o risco de alagamentos.
- Ventos fortes: Rajadas intensas podem causar danos em estruturas e queda de árvores.
- Granizo: A queda de pedras de gelo pode afetar plantações, veículos e telhados.
Além disso, o vento Norte, seco e quente, deve soprar com força em regiões como Santa Maria, Metade Norte gaúcha e áreas do Oeste catarinense e paranaense, devido à atuação da JBN. Esse tipo de vento pode intensificar ainda mais a sensação de tempo severo em algumas localidades.
Como deve evoluir o clima no RS?
De acordo com as previsões di clima para 2025, a instabilidade deve persistir ao longo da semana. Na quarta-feira, a frente fria se mantém quase estacionária sobre o estado, trazendo chuva para a maioria das regiões, com exceção de pontos mais ao Norte. Os acumulados podem variar entre 50 mm e 100 mm em diversas cidades, principalmente no Oeste e Centro.
- Terça-feira: Chuva em praticamente todo o estado, com risco de temporais localizados.
- Quarta-feira: Instabilidade permanece, com volumes expressivos de precipitação.
- Quinta-feira: Chuva se concentra na faixa central e Metade Norte, enquanto a Metade Sul tende a ter tempo mais firme.
- Sexta-feira: Uma área de baixa pressão mantém a chuva em parte do estado, especialmente no Centro, Leste e Nordeste.
Modelos meteorológicos apontam que áreas como Lagoa dos Patos, Oeste, Centro e Noroeste devem registrar os maiores acumulados de chuva, podendo superar 200 mm em alguns pontos. Com o afastamento da baixa pressão e a chegada de ar mais frio e seco, a expectativa é de que o tempo firme retorne ao estado a partir do sábado.
Como a população deve se proteger diante das previsões?

Diante do cenário de instabilidade, é importante que a população acompanhe os alertas emitidos pelos órgãos de meteorologia e adote medidas preventivas, especialmente em áreas suscetíveis a alagamentos, ventos fortes e queda de granizo. O monitoramento constante das condições do tempo pode ajudar a minimizar impactos e garantir maior segurança durante este período de mudanças no clima do Rio Grande do Sul.
1. Mantenha-se informado e atento aos alertas:
- Acompanhe os boletins meteorológicos e os alertas da Defesa Civil do Estado e do seu município. Os alertas podem ser divulgados em diferentes cores (verde, amarelo, laranja, vermelho, roxo) indicando o nível de gravidade.
- Conheça os canais oficiais de comunicação da Defesa Civil.
2. Prepare sua residência e seu plano de segurança:
- Antes das chuvas:
- Revise telhados, calhas e janelas, garantindo que estejam firmes para evitar danos.
- Limpe calhas, bueiros e ralos para facilitar o escoamento da água e evitar entupimentos.
- Corte galhos de árvores que possam cair sobre sua casa, carro ou fiação elétrica.
- Tenha lanternas e pilhas à mão, pois quedas de energia podem ocorrer.
- Prepare um kit de emergência com documentos importantes (embalados em sacos plásticos), muda de roupas, medicamentos essenciais, garrafa de água e outros itens básicos.
- Durante as chuvas e ventos fortes:
- Evite sair de casa, se possível, e espere a tempestade passar.
- Não se abrigue sob árvores ou postes, pois há risco de queda e raios.
- Desligue aparelhos elétricos da tomada e feche o registro de água e gás.
- Não utilize aparelhos eletrônicos ligados à tomada.
- Se estiver dirigindo, evite passar por ruas alagadas (mesmo que pareça raso). Dirija devagar e mantenha distância de outros veículos. Se a visibilidade estiver ruim, pare em um local seguro e aguarde.
- Evite estacionar veículos próximos a torres de transmissão, placas de propaganda, árvores e postes.
- Recolha objetos soltos do quintal ou varanda (vasos, cadeiras, enfeites) que possam ser arrastados pelo vento.
- Fique longe de estruturas frágeis como outdoors, placas e andaimes.
3. Em caso de inundações, alagamentos e deslizamentos:
- Se morar em área de risco: Abandone o local com antecedência e procure abrigo em locais seguros, como casas de familiares/amigos ou abrigos públicos.
- Não atravesse áreas inundadas ou alagadas, seja a pé ou de carro. A água pode estar contaminada, com correnteza forte ou esconder buracos e fios energizados.
- Se ficar isolado em local inseguro, chame imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou a Brigada Militar (190).
- Não retorne para áreas que foram evacuadas até que os órgãos oficiais informem que o local é seguro.
4. Cuidados pós-evento:
- Verifique possíveis danos na casa e na fiação elétrica antes de religar aparelhos.
- Evite contato com água de enchentes, pois pode estar contaminada.
- Caso veja postes caídos ou fios soltos, chame imediatamente a companhia elétrica.
- Ao retornar para casa, siga as orientações de segurança e higiene da Defesa Civil e órgãos de saúde. Use luvas e botas de borracha para a limpeza e descarte de itens que tiveram contato com a água da enchente.