As unhas, muitas vezes subestimadas, desempenham um papel crucial na proteção das extremidades dos dedos e na realização de tarefas cotidianas. Além de sua função estética, elas são fundamentais para a manipulação de pequenos objetos e para aumentar a sensibilidade tátil. As unhas atuam como uma barreira protetora para as pontas dos dedos, áreas ricas em terminações nervosas, e ajudam em atividades como segurar objetos e coçar. Veja seus impactos para a saúde.
Além de sua funcionalidade, as unhas também são um indicador da saúde geral do organismo. Alterações em sua superfície, cor, espessura e textura podem sinalizar deficiências nutricionais ou doenças sistêmicas. Portanto, é essencial prestar atenção a qualquer mudança em sua aparência, pois isso pode refletir problemas de saúde subjacentes.
Quais são as principais alterações nas unhas e suas causas?
As alterações nas unhas são uma das queixas mais comuns nos consultórios dermatológicos. Essas mudanças podem ser causadas por diversos fatores, desde o envelhecimento natural até condições médicas mais sérias. O envelhecimento, por exemplo, pode tornar as unhas mais fracas e rugosas, semelhante ao que ocorre com a pele ao longo dos anos.
Outras condições que podem afetar a superfície das unhas incluem doenças vasculares, distúrbios endócrinos, anemia e doenças dermatológicas. Fatores ocupacionais, como o contato frequente com água ou produtos químicos, também podem influenciar a saúde das unhas. Além disso, atletas e pessoas que removem a cutícula regularmente estão mais propensos a alterações devido a traumas físicos.
Quais mudanças nas unhas podem indicar problemas de saúde?

As unhas podem apresentar diferentes colorações que podem indicar desde condições benignas até problemas mais graves. Manchas brancas, por exemplo, podem ser resultado do uso excessivo de esmaltes, enquanto manchas avermelhadas ou roxas podem ser causadas por pequenos traumas. No entanto, manchas de coloração marrom, cinza ou preta podem ser um sinal de melanoma subungueal, um tipo de câncer de pele.
É importante procurar um dermatologista ao notar qualquer mudança de cor nas unhas, pois isso pode ajudar a diferenciar entre uma lesão benigna e um possível câncer. Além do melanoma, outros tumores podem afetar as unhas, embora geralmente não causem mudanças na coloração.
Alterações na Cor:
- Unhas pálidas ou brancas: Podem estar associadas a anemia, problemas hepáticos, insuficiência cardíaca congestiva ou desnutrição.
- Unhas amareladas: Frequentemente causadas por infecções fúngicas. Em casos raros, podem indicar problemas pulmonares, diabetes ou psoríase.
- Unhas azuladas (cianose): Podem sugerir que o corpo não está recebendo oxigênio suficiente, o que pode estar relacionado a problemas pulmonares ou cardíacos.
- Unhas escuras ou com listras escuras: Uma listra escura que aparece repentinamente pode ser um sinal de melanoma, um tipo grave de câncer de pele. É crucial procurar um médico imediatamente se notar essa alteração.
- Unhas esverdeadas ou preto-esverdeadas: Podem indicar uma infecção bacteriana, geralmente por Pseudomonas.
- Linhas de Mees (linhas brancas horizontais): Podem surgir após uma doença grave, febre alta, exposição a arsênico ou quimioterapia.
- Unhas meio a meio (metade branca e metade marrom): Podem ser um sinal de doença renal crônica.
Alterações na Textura e Formato:
- Unhas quebradiças, finas ou rachadas: Podem ser resultado de envelhecimento, exposição frequente à água e produtos químicos, ou deficiências nutricionais (como ferro ou vitaminas do complexo B). Em alguns casos, podem estar ligadas a doenças da tireoide.
- Unhas com ondulações ou depressões (pitting): Pequenas depressões podem estar associadas à psoríase, eczema ou alopecia areata.
- Linhas de Beau (sulcos horizontais profundos): Podem indicar uma interrupção temporária no crescimento da unha devido a doença grave, estresse, quimioterapia ou outras condições.
- Unhas em colher (koiloníquia): Unhas curvadas para cima, parecendo uma colher, podem ser um sinal de anemia por deficiência de ferro, hemocromatose (excesso de ferro), hipotireoidismo ou doença cardíaca.
- Dedos em baqueta (hipocratismo digital): As pontas dos dedos ficam alargadas e as unhas se curvam ao redor, podendo ser um sinal de doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas, doença inflamatória intestinal ou AIDS.
- Descolamento da unha (onicólise): A unha se separa do leito ungueal, podendo ser causado por trauma, infecções fúngicas, psoríase ou hipertireoidismo.
- Espessamento das unhas: Pode ser causado por infecções fúngicas, psoríase ou, raramente, síndrome da unha amarela (associada a problemas respiratórios e linfedema).
- Pequenas hemorragias lineares sob a unha (hemorragias em lasca): Podem ser causadas por trauma, mas também podem estar associadas a endocardite infecciosa ou outras condições sistêmicas.
O que causa o descolamento e o espessamento das unhas?
O descolamento das unhas pode ser causado por traumas, infecções fúngicas, alergias ou doenças sistêmicas. A micose é uma das principais causas desse problema, aproveitando-se de pequenos descolamentos para se instalar. Se não tratada, a infecção pode se espalhar e afetar toda a unha.
O espessamento das unhas, por sua vez, pode ocorrer devido a infecções fúngicas que levam ao acúmulo de queratina. O tratamento envolve a redução da espessura da unha para permitir a penetração de medicamentos antifúngicos. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, mais eficaz ele será.
As unhas precisam de “tempo para respirar”?
Existe um mito comum de que as unhas precisam de “tempo para respirar”. No entanto, as unhas são compostas por células mortas de queratina e não requerem oxigênio como a pele. O que elas realmente precisam é de hidratação e cuidados adequados para manter sua saúde e aparência.
É importante permitir pausas entre as esmaltações para evitar o ressecamento e o aparecimento de manchas brancas. Além disso, manter uma dieta equilibrada e evitar traumas físicos pode ajudar a preservar a saúde das unhas.