Nesta quinta-feira (10/4), um confronto ocorreu entre indígenas e a Polícia Legislativa em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Os manifestantes participavam do Acampamento Terra Livre (ATL), um evento anual que reúne povos indígenas de diversas etnias. O embate foi breve, mas envolveu o uso de bombas de gás para dispersar o grupo.
O incidente começou quando a marcha dos indígenas rompeu a barreira estabelecida pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes recuaram diante da ação policial. A situação foi tensa, mas controlada rapidamente.
O que é o Acampamento Terra Livre?
⏯️ Polícia Legislativa lança bombas em indígenas no Congresso
— Metrópoles (@Metropoles) April 10, 2025
Polícia legislativa reagiu quando indígenas avançaram no gramado em frente ao Congresso Nacional
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O Acampamento Terra Livre é um evento anual que reúne milhares de indígenas em Brasília para discutir e reivindicar direitos. Organizado por diversas lideranças indígenas, o ATL busca chamar a atenção para questões como demarcação de terras, direitos humanos e políticas públicas voltadas para os povos originários.
Durante o evento, são realizadas marchas, debates e encontros com autoridades. O objetivo é fortalecer a luta indígena e garantir que suas vozes sejam ouvidas no cenário político nacional.
Como ocorreu o confronto com os indígenas?
De acordo com relatos, o confronto começou quando parte dos manifestantes avançou além do limite acordado com as autoridades. O carro de som que acompanhava a marcha alertou os participantes para que recuassem, mas a situação já estava tensa. A Polícia Legislativa interveio com o uso de agentes químicos para conter o avanço.
O movimento Terra Nova, que participava do ato, afirmou que a intenção não era invadir o Congresso, mas sim protestar pacificamente. A situação foi comparada a eventos anteriores, mas os organizadores negaram qualquer intenção de violência.
André Souza, integrante do movimento Terra Nova, relatou que o carro de som presente na manifestação chegou a emitir alertas pedindo que os participantes recuassem, enfatizando que a invasão do Congresso não fazia parte dos objetivos do grupo.
“Ressaltamos que a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida. A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares”, disse a Casa Alta.
Quais foram as consequências do confronto?

Após o confronto, a ordem foi restabelecida e a manifestação continuou de forma pacífica. A deputada Célia Xakriabá, que estava presente, anunciou uma coletiva de imprensa para discutir o ocorrido, mas cancelou devido a um mal-estar causado pelo gás.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal prestou atendimento a duas mulheres que passaram mal durante o incidente. Ambas foram encaminhadas para atendimento médico e estavam em condições estáveis.
Em nota, as assessorias da Câmara e do Senado afirmaram que a contenção dos manifestantes foi necessária para garantir a segurança do Congresso Nacional. As Polícias Legislativas ressaltaram que utilizaram apenas meios não letais para dispersar o grupo.
“Cerca de mil indígenas que participavam da marcha do Acampamento Terra Livre romperam a linha de defesa da Polícia Militar do Distrito Federal, derrubaram os gradis e invadiram o gramado do Congresso Nacional. As Polícias Legislativas Federais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal usaram agentes químicos para conter a invasão e impedir a entrada no Palácio do Congresso. O acordo com o movimento indígena, que reúne lideranças de diferentes etnias do país, era que os cerca de 5 mil manifestantes chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso. Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite”, diz a Câmara em comunicado.
A Presidência do Congresso Nacional reiterou seu respeito aos povos indígenas e ao direito de manifestação pacífica, mas destacou a importância de proteger a integridade das instalações e a segurança de todos os presentes.