Às vésperas do julgamento que pode resultar em sua transformação em réu por suposta interferência nas eleições de 2022, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, voltou-se contra a Justiça Eleitoral. Segundo informações do Metrópoles, em nova manifestação, seus advogados acusam a juíza eleitoral Érika Souza Corrêa Oliveira e o técnico judiciário Bruno Teixeira da Silva, ambos vinculados ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), de elaborarem um relatório supostamente fraudulento com o objetivo de embasar a tese de que a PRF teria atuado para interferir no segundo turno da eleição presidencial.
As acusações centram-se no suposto uso da PRF para criar barreiras nas rodovias do Rio Grande do Norte, o que teria prejudicado o acesso de eleitores aos locais de votação em Campo Grande (RN). A defesa de Vasques contesta essas alegações, afirmando que o relatório do TRE-RN foi baseado em dados coletados de maneira não científica e, portanto, é falho.
Como a defesa de Silvinei Vasques reage?

Para fortalecer sua posição, a defesa de Silvinei Vasques contratou uma consultoria especializada para revisar os resultados das eleições de 2022 na 31ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte. O laudo técnico desta consultoria aponta para deficiências metodológicas no relatório do TRE-RN. A defesa argumenta que o relatório se baseou em percepções subjetivas de mesários, coletadas por meio de mensagens instantâneas, sem um método científico rigoroso.
O laudo técnico critica a tentativa de capturar “momentos instantâneos” de cada seção de votação, alegando que a falta de automação na coleta de dados leva a resultados imprecisos. A defesa sustenta que essas falhas metodológicas comprometem a credibilidade do relatório.
Quais as discrepâncias nos dados eleitorais?
A análise independente da defesa utilizou dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo logs das urnas eletrônicas e informações detalhadas de cada seção eleitoral. Segundo o laudo, até o meio-dia do dia da votação, mais de 50% dos eleitores já haviam votado em 73% das seções, totalizando 3.236 eleitores. Este número diverge significativamente dos dados do TRE-RN, que indicam apenas 2.232 eleitores no mesmo período, revelando uma discrepância de mais de mil votantes.
Além disso, a defesa destaca que, no segundo turno, houve um aumento de mais de 700 eleitores pela manhã, apesar da presença da PRF. O total de votantes no segundo turno superou o do primeiro, o que, segundo a defesa, contradiz a narrativa de interferência.
Qual é a resposta do TRE-RN às alegações?
Até o presente momento, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) não emitiu uma declaração oficial em resposta às acusações feitas pela defesa de Silvinei Vasques. A falta de uma resposta deixa o caso em aberto, enquanto o julgamento se aproxima. A defesa de Vasques continua a desafiar a validade do relatório do TRE-RN, buscando provar que as alegações de interferência são infundadas e sem base sólida.