O cantor Leonardo, um dos ícones da música sertaneja, iniciou uma ação judicial contra a gravadora Sony Music. Aos 61 anos, o artista alega que a empresa está explorando indevidamente seus fonogramas em plataformas digitais como Spotify, YouTube, Deezer e Amazon. A ação foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e busca a cessação imediata do uso não autorizado de suas obras na internet, além de uma compensação financeira pelos danos sofridos.
Leonardo narra que sua relação com a Sony Music começou em 1998, quando assinou um contrato que cedia os direitos patrimoniais de suas interpretações musicais apenas para os formatos disponíveis na época, como CDs, fitas cassete e vinis. O cantor argumenta que o contrato não previa o uso digital de seu acervo, já que tecnologias como o streaming não existiam naquele período.
Como Leonardo se posiciona contra a Sony Music?
A defesa do artista argumenta que a Sony Music teria ultrapassado os limites estabelecidos no contrato ao disponibilizar e lucrar com as músicas em formato digital, sem autorização ou repasse de royalties.
A ação também é movida pela Talismã Participações e Empreendimentos, empresa responsável pela gestão da carreira do cantor. Ambos afirmam que nunca concederam à gravadora os direitos de exploração digital de suas obras e que não receberam qualquer valor pelas reproduções realizadas online.

O que está em jogo na disputa judicial?
O caso está em fase inicial na Justiça do Rio de Janeiro e deve ser analisado por uma Vara Empresarial. A decisão poderá estabelecer um precedente importante sobre os direitos de artistas em relação ao uso digital de suas obras, especialmente em contratos firmados antes da era do streaming. A Sony Music ainda não foi notificada oficialmente sobre a ação, mas a disputa pode ter implicações significativas para a indústria musical.
Como o mercado musical se adapta às novas tecnologias?
Com o advento das plataformas de streaming, a indústria musical passou por uma transformação significativa. Artistas e gravadoras têm buscado adaptar contratos antigos para refletir as novas realidades do mercado digital. No entanto, casos como o de Leonardo destacam os desafios legais e financeiros que surgem quando contratos não contemplam o uso de novas tecnologias. A resolução deste caso pode influenciar futuras negociações e acordos entre artistas e gravadoras.
1. Criação e Produção Musical:
- Democratização das ferramentas: Softwares e hardwares de produção musical se tornaram mais acessíveis e intuitivos, permitindo que artistas independentes criem música de alta qualidade em seus próprios espaços, diminuindo a dependência de grandes estúdios.
- Inteligência Artificial (IA): A IA está sendo utilizada para auxiliar na composição, arranjo, mixagem e masterização, oferecendo novas possibilidades criativas e otimizando fluxos de trabalho.
- Colaboração remota: A internet facilita a colaboração entre músicos de diferentes partes do mundo, expandindo as possibilidades criativas e a diversidade musical.
2. Distribuição e Acesso à Música:
- Streaming: Plataformas de streaming como Spotify, Apple Music e Deezer se tornaram a principal forma de consumo musical, oferecendo acesso a vastos catálogos por meio de assinaturas ou publicidade. Isso democratizou o acesso à música para os ouvintes, mas também gerou debates sobre a remuneração dos artistas.
- Distribuição digital: Artistas podem distribuir suas músicas diretamente para plataformas digitais, contornando as gravadoras tradicionais e mantendo maior controle sobre sua obra e receita.
- Novos formatos: A tecnologia permite a criação de novos formatos de experiência musical, como áudio espacial e realidade virtual em shows.
3. Marketing e Engajamento com o Público:
- Redes sociais: Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube se tornaram ferramentas cruciais para artistas divulgarem seu trabalho, interagirem com fãs e construírem comunidades online.
- Marketing digital: Estratégias de marketing digital, como anúncios online direcionados, e-mail marketing e análise de dados, permitem alcançar públicos específicos e medir o impacto das campanhas promocionais.
- Realidade virtual e aumentada: Tecnologias imersivas estão sendo exploradas para criar experiências de shows virtuais e conteúdos interativos para fãs.
- NFTs e Blockchain: A tecnologia blockchain e os NFTs (tokens não fungíveis) abrem novas possibilidades para artistas monetizarem seu trabalho, vendendo edições limitadas de músicas, artes e experiências exclusivas diretamente aos fãs.
- Personalização: Algoritmos de recomendação e playlists personalizadas oferecidas por plataformas de streaming influenciam a descoberta musical e o consumo.
Em um cenário onde a música digital se tornou predominante, é crucial que contratos sejam revisados e atualizados para garantir que os direitos dos artistas sejam respeitados e que eles recebam uma compensação justa pelo uso de suas obras. A ação de Leonardo contra a Sony Music ressalta a importância de clareza e justiça nos acordos contratuais na era digital.