A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) tem sido alvo de discussões intensas no cenário político brasileiro. Recentemente, a entidade assinou contratos com o governo federal que ultrapassam a marca de R$ 700 milhões, sem a realização de processos licitatórios. Essa situação gerou questionamentos e pedidos de investigação por parte de parlamentares, que alegam possíveis irregularidades nos acordos firmados. Janja está no centro da polêmica.
Segundo informações da revista Oeste, os contratos em questão estão relacionados à organização de eventos internacionais de grande porte, como a Cúpula do G20 e a COP-30. A ausência de licitação levanta preocupações sobre a transparência e a legalidade dos procedimentos adotados. Além disso, a proximidade da primeira-dama do Brasil, Janja, com a OEI, é vista como um potencial conflito de interesses, uma vez que ela teria sido indicada para um cargo de coordenação dentro da organização.
Qual é o papel de Janja nos contratos da OEI?

Os deputados federais Kim Kataguiri e Guto Zacarias, ambos do União Brasil, destacaram a relação entre a primeira-dama e a OEI como um ponto crítico na questão dos contratos. Eles alegam que Janja atua como coordenadora da Rede de Inclusão e Combate à Desigualdade da OEI, o que poderia configurar favorecimento político. Essa proximidade é vista como problemática, especialmente considerando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decretos que dispensam a aprovação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) sobre os acordos.
Os parlamentares argumentam que essa situação pode indicar um aparelhamento do Estado e um desvio de recursos públicos. A preocupação é que as regras tenham sido ajustadas para beneficiar uma entidade ligada à esposa do presidente, o que comprometeria a integridade dos processos governamentais.
Quais são as implicações legais dos contratos sem licitação?
A ausência de licitação nos contratos da OEI com o governo federal pode configurar uma infração à Lei de Improbidade Administrativa. Essa lei visa punir atos que causem danos ao erário público ou que atentem contra os princípios da administração pública. Os parlamentares que solicitaram a investigação esperam que o Ministério Público Federal examine a conduta dos responsáveis pelos contratos, incluindo a direção da OEI e a primeira-dama.
Além disso, há investigações em andamento sobre a OEI em outros países, como Colômbia e Argentina, onde a organização também enfrenta acusações de práticas ilegais. Isso aumenta a pressão para que as autoridades brasileiras tomem medidas para garantir a legalidade e a transparência nos contratos firmados.
O que esperar das investigações?
O gabinete da liderança da oposição na Câmara dos Deputados já iniciou o processo para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os decretos do governo Lula em benefício da OEI. A coleta de assinaturas para a abertura da CPI está em andamento, e a expectativa é que a investigação traga à tona mais detalhes sobre os contratos e as relações entre a OEI e o governo brasileiro.
Se confirmadas as irregularidades, as investigações podem resultar em sanções legais para os envolvidos e em mudanças nos procedimentos de contratação do governo federal. A situação destaca a importância da transparência e da legalidade nos processos administrativos, especialmente quando envolvem recursos públicos de grande monta.