O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), compareceu nesta terça-feira (22/4) à sessão da Primeira Turma com o braço direito imobilizado por uma tipoia. Relator de processos que investigam uma possível tentativa de golpe de Estado, Moraes passou recentemente por uma cirurgia após sofrer o rompimento de um tendão durante uma atividade física.
Praticante de musculação e artes marciais, como o Muay Thai, o ministro se lesionou durante um treino, embora não tenha sido informado qual movimento resultou na lesão. A cirurgia foi realizada durante o feriado da Semana Santa, período em que aproveitou para se recuperar parcialmente antes de retomar suas atividades no STF.
Qual o caso julgado por Moraes e STF?
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está com o braço direito imobilizado. Relator de ação que apura suposta tentativa de golpe, Moraes apareceu na Primeira Turma, na manhã desta terça-feira (22/4), com uma tipoia no braço.
— Metrópoles (@Metropoles) April 22, 2025
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A ação em questão investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvendo o uso indevido de recursos públicos. Entre os acusados está Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que teria gerenciado ações para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação, especialmente na Região Nordeste do Brasil. Esta região é conhecida por ser um importante reduto eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, que na época era candidato à presidência.
As acusações incluem a utilização da máquina pública para influenciar o resultado eleitoral, o que, se comprovado, configura uma grave violação dos princípios democráticos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que os envolvidos usaram suas posições para obstruir o processo eleitoral, o que pode ter impactado diretamente o direito ao voto de muitos cidadãos.
Quem são os acusados?
O grupo de acusados, denominado “núcleo 2”, é composto por seis integrantes, todos com cargos de destaque durante a gestão de Jair Bolsonaro. A lista inclui:
- Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da PRF;
- Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;
- Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;
- Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;
- Marília Ferreira de Alencar – delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF;
- Mário Fernandes – general da reserva do Exército.
Esses indivíduos enfrentam acusações de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e outros delitos graves. As denúncias incluem ainda danos ao patrimônio público e ameaças contra a União.
Qual é o próximo passo no processo?

O julgamento está dividido em três sessões, onde o colegiado do STF avaliará se as denúncias apresentadas possuem elementos suficientes para justificar a abertura de uma ação penal. Nesta fase, o tribunal não julga a culpa ou inocência dos acusados, mas sim a adequação das acusações aos requisitos legais.
Se o colegiado decidir que há indícios suficientes, os acusados se tornarão réus e o processo seguirá para as etapas subsequentes, onde a defesa terá a oportunidade de apresentar suas contrarrazões. Este é um momento crucial para o sistema judiciário brasileiro, pois envolve a análise de ações que podem ter comprometido a integridade do processo democrático no país.
Este caso destaca a importância da vigilância sobre o uso de recursos públicos e a proteção dos direitos democráticos. A atuação do STF neste contexto é fundamental para garantir que as instituições brasileiras funcionem de acordo com a lei e os princípios democráticos. O desfecho deste processo pode ter implicações significativas para a política nacional e para a confiança pública nas instituições governamentais.