O azeite de oliva é um produto amplamente utilizado na culinária mundial, valorizado por suas propriedades benéficas à saúde. No entanto, no Brasil, a questão da autenticidade e qualidade desse produto tem gerado preocupações significativas. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificou suas ações para garantir que os consumidores tenham acesso a produtos seguros e genuínos.
Para assegurar a autenticidade do azeite de oliva, são realizadas análises laboratoriais que verificam se o produto cumpre os padrões estabelecidos. Essas verificações são fundamentais para identificar fraudes e garantir a segurança alimentar. A colaboração entre órgãos reguladores e a conscientização dos consumidores são essenciais para que o azeite disponível no mercado seja de qualidade.
Quais marcas foram atingidas pela Anvisa?

Em setembro de 2024, a Anvisa anunciou a proibição da comercialização de azeites das marcas Serrano e Cordilheira. A decisão foi tomada após a constatação de que esses produtos estavam sendo vendidos por empresas sem registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). A medida visa proteger os consumidores de produtos potencialmente adulterados.
Além disso, a Anvisa determinou a apreensão de todas as unidades desses azeites no mercado. Essa ação faz parte de um esforço maior para combater a venda de produtos alimentícios que não atendem aos padrões de segurança e qualidade exigidos.
Produtos afetados pela determinação da Anvisa:
- Azeite de Oliva Extra Virgem, 0,5% de acidez – marca Serrano
- Azeite de Oliva Extra Virgem, 0,5% de acidez – marca Cordilheira
- Coco Ralado, lote 030424158 – marca Coco & Cia
Tipos de Azeite de Oliva Disponíveis:
O mercado oferece diferentes tipos de azeite de oliva, cada um com características específicas. O azeite extravirgem é o mais apreciado, conhecido por sua baixa acidez e sabor marcante. Já o azeite virgem, embora de qualidade inferior, ainda é uma opção viável para consumo.
- Azeite de oliva extra virgem: Obtido da primeira prensagem das azeitonas, com acidez máxima de 0,8%.
- Azeite de oliva virgem: Possui acidez de até 2% e é extraído por métodos mecânicos.
- Azeite de oliva refinado: Passa por processos químicos para ajustar sabor e cor, misturado com azeite virgem.
- Azeite de oliva: Combinação de azeite refinado e virgem, com acidez de até 1%.
Como escolher um azeite de qualidade?
Para garantir a compra de um azeite de qualidade, é importante observar alguns aspectos. Verificar a origem e a data de envase no rótulo é fundamental. Embalagens de vidro escuro ou latas são preferíveis, pois protegem o produto da luz, preservando suas propriedades.
1. Tipo de azeite:
- Extra Virgem: É o azeite de melhor qualidade, obtido da primeira prensagem a frio das azeitonas. Possui acidez máxima de 0,8%, sabor e aroma frutados e intensos, e é rico em antioxidantes. Ideal para usar cru em saladas, finalizar pratos e em preparações de baixa temperatura.
- Virgem: Possui acidez entre 0,8% e 2%, também obtido por processos mecânicos. Tem sabor e aroma característicos, mas menos intensos que o extra virgem. Pode ser usado para temperar pratos quentes e refogar.
- Refinado: Passa por processos de refinamento para remover impurezas e alta acidez. Perde parte do sabor, aroma e nutrientes. Geralmente misturado com azeite virgem para melhorar o sabor. Mais adequado para cozinhar em altas temperaturas.
- Tipo Único (ou “Azeite de Oliva”): É uma mistura de azeite refinado e azeite virgem ou extra virgem. Possui sabor e aroma mais suaves e é indicado para uso geral na cozinha, incluindo frituras.
2. Acidez:
- Quanto menor a acidez, maior a qualidade do azeite. O azeite extra virgem deve ter acidez inferior a 0,8%.
3. Embalagem:
- Prefira garrafas de vidro escuro (âmbar ou verde), que protegem o azeite da luz e da oxidação. Evite embalagens plásticas.
- Verifique a data de envase (fabricação) e o prazo de validade. Azeites frescos têm melhor sabor e mais nutrientes.
4. Origem:
- Dê preferência a azeites produzidos e engarrafados no mesmo país, pois isso garante maior controle de qualidade e evita a oxidação durante o transporte.
5. Aroma e Sabor:
- Um bom azeite deve ter aroma frutado, que pode lembrar ervas, amêndoas ou outras frutas.
- No paladar, deve apresentar um equilíbrio entre o frutado, o amargo e um leve picante na garganta, indicando a presença de antioxidantes (polifenóis).
- Evite azeites com cheiro ou gosto de ranço, mofo ou metálico.
6. Aparência:
- A cor do azeite pode variar do amarelo dourado ao verde intenso, dependendo do tipo de azeitona e do grau de maturação. A cor não é o principal indicador de qualidade.
- Azeites não filtrados podem apresentar partículas em suspensão, o que não necessariamente indica má qualidade, mas a presença excessiva de sedimentos pode ser um sinal negativo.
Qual a importância da vigilância e conscientização?
O consumo de azeites adulterados pode representar riscos à saúde, pois podem conter substâncias não autorizadas. Casos de fraudes em outros países evidenciam os perigos de consumir produtos não regulamentados. No Brasil, a adição de componentes não aprovados levanta preocupações, especialmente para pessoas com restrições alimentares.
É crucial que os consumidores estejam informados sobre os produtos que adquirem, buscando sempre informações confiáveis sobre a procedência e a qualidade do azeite de oliva. A vigilância contínua e a conscientização são fundamentais para garantir a segurança e a autenticidade desse produto tão valorizado.