Na manhã desta segunda-feira (14/4), a Blue Origin realizou com sucesso o lançamento da nave New Shepard, levando seis mulheres em uma viagem de turismo espacial. Entre as passageiras estava a renomada cantora Katy Perry, que participou de uma experiência única ao lado de outras mulheres notáveis. Este evento marca um avanço significativo no turismo espacial, destacando a crescente inclusão de mulheres em missões espaciais.
O retorno à Terra foi marcado por momentos emocionantes, com Katy Perry expressando sua gratidão ao beijar o solo terrestre. A artista foi a segunda a deixar a cápsula, logo após a jornalista Lauren Sánchez, esposa de Jeff Bezos, fundador da Blue Origin e da Amazon. Durante a missão, Perry compartilhou sua experiência cantando “What a Wonderful World”, de Louis Armstrong, ressaltando a importância de apreciar nosso planeta e promover a inclusão no espaço.
🚀👩🚀 A cantora Katy Perry desembarcou nesta segunda-feira (14/4) em solo americano após passar 10 minutos no espaço para completar missão especial. Assim que desceu da cápsula, a artista beijo o chão em sinal de agradecimento. Katy decolou em nave da Blue Origin acompanhada de… pic.twitter.com/7Cmgg4KAxj
— Metrópoles (@Metropoles) April 14, 2025
Como foi a missão da Blue Origin?
A missão NS-31, assim denominada por ser o 31º lançamento da nave New Shepard, representa um marco importante para a Blue Origin. Este foi o 11º voo da empresa com passageiros, elevando o número total de pessoas que já viajaram ao espaço com a cápsula para 58. A missão destacou a capacidade da Blue Origin de proporcionar experiências espaciais seguras e memoráveis para seus passageiros.
Apesar de ser um voo suborbital, a missão NS-31 ultrapassou a Linha de Kárman, reconhecida internacionalmente como o início do espaço. Este feito demonstra o compromisso da Blue Origin em oferecer experiências autênticas de turismo espacial, permitindo que os participantes vivenciem a sensação de estar no espaço, mesmo que por um breve período.
Qual a diferença entre voos orbitais e suborbitais?
Uma questão comum entre entusiastas do espaço é a diferença entre voos orbitais e suborbitais. Nos voos orbitais, a nave possui velocidade suficiente para circular a Terra, partindo e retornando à atmosfera a partir de um mesmo ponto. Já nos voos suborbitais, como o da Blue Origin, a nave atinge um ponto máximo antes de retornar em queda livre à Terra.
O astrofísico Cassio Barbosa explica que, enquanto os voos orbitais permitem uma permanência mais prolongada no espaço, os voos suborbitais oferecem uma experiência intensa e breve, com a oportunidade de flutuar em microgravidade e observar a curvatura da Terra. Ambos os tipos de voo têm seu valor e contribuem para o avanço da exploração espacial.
Voo Suborbital:
- Velocidade: Uma espaçonave em voo suborbital não atinge a velocidade orbital necessária para permanecer em órbita ao redor da Terra. Essa velocidade é de aproximadamente 28.000 km/h (cerca de 7,8 km/s) em baixa órbita terrestre.
- Trajetória: A trajetória de um voo suborbital é um arco que atinge o espaço (geralmente acima da Linha de Kármán, a 100 km de altitude) e retorna à Terra. A espaçonave sobe e, após atingir o ponto mais alto da sua trajetória, começa a cair de volta devido à gravidade.
- Órbita: Não completa uma órbita ao redor da Terra. Sua trajetória intersecta a superfície do planeta.
- Duração: Geralmente tem uma duração menor, proporcionando alguns minutos de ausência de peso no ponto mais alto da trajetória.
- Exemplos: Voos de teste de foguetes, foguetes de sondagem, voos turísticos espaciais de curta duração (como os da Virgin Galactic e Blue Origin).
Voo Orbital:
- Velocidade: Uma espaçonave em voo orbital atinge e mantém a velocidade orbital necessária para contrabalancear a força da gravidade da Terra. Isso permite que ela permaneça em órbita ao redor do planeta.
- Trajetória: A trajetória de um voo orbital é uma curva fechada ao redor da Terra. A espaçonave está constantemente caindo em direção ao planeta, mas sua velocidade horizontal é tão alta que ela “erra” a superfície, mantendo-se em órbita.
- Órbita: Completa pelo menos uma órbita ao redor da Terra, tornando-se um satélite artificial (temporário ou permanente).
- Duração: Pode durar de horas a anos, dependendo da missão.
- Exemplos: Missões da Estação Espacial Internacional (ISS), satélites de comunicação, satélites de observação da Terra, missões de longa duração com astronautas.
Quais os próximos passos do turismo espacial?

O turismo espacial está se tornando uma realidade cada vez mais acessível, embora ainda seja um privilégio para poucos. As viagens espaciais, como a proporcionada pela Blue Origin, têm um custo elevado, com preços que podem ultrapassar R$ 1 milhão. No entanto, à medida que a tecnologia avança e mais empresas entram no mercado, espera-se que os custos diminuam, tornando o espaço mais acessível a um público mais amplo.
Iniciativas como a da Blue Origin não apenas promovem a exploração espacial, mas também inspiram uma nova geração de entusiastas e profissionais do espaço. A inclusão de mulheres em missões espaciais destaca a importância da diversidade e da igualdade de gênero na exploração do cosmos, abrindo caminho para um futuro onde o espaço é um lugar para todos.