Recentemente, um fenômeno curioso chamou a atenção dos moradores de Peruíbe, no litoral paulista. Um “buraco” circular no céu, registrado em várias imagens nas redes sociais, despertou a curiosidade e levantou especulações sobre sua origem. Apesar de algumas teorias sugerirem a presença de objetos voadores não identificados, especialistas em meteorologia esclareceram que se trata de um efeito atmosférico natural.
Este fenômeno, embora visualmente impressionante, não representa um risco. É importante entender o que causa esse tipo de formação no céu e como ele se relaciona com as condições atmosféricas específicas da região.
Como funciona o fenômeno do ‘buraco no céu’?
#Susto
— Tribuna do Norte (@tribunadonorte) March 24, 2025
☁️ Um “buraco” no céu registrado nos últimos dias em Peruíbe, no litoral paulista, chamou a atenção de moradores.
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De acordo com especialistas, como Maria Clara Sassaki, meteorologista e porta-voz da TempoOK, o buraco no céu é resultado da formação de nuvens do tipo Cirrocumulus ou Altocumulus. Essas nuvens se formam quando há uma camada de água em estado de super resfriamento na atmosfera. Quando ocorre uma perturbação, as moléculas de água super resfriadas congelam rapidamente, formando cristais de gelo que caem, deixando um buraco na nuvem.
O processo de formação desse buraco no céu pode ser comparado a um fenômeno cotidiano. Imagine uma garrafa de água esquecida no congelador. Ao ser retirada, a água ainda está líquida, mas ao ser agitada, congela instantaneamente. No céu, uma perturbação atmosférica, como a passagem de um avião ou uma diferença de temperatura entre massas de ar, pode desencadear o congelamento das moléculas de água super resfriadas, resultando no buraco.
Como ele se forma:
- Gotículas super-resfriadas: As nuvens são compostas por gotículas de água. Em algumas situações, essas gotículas podem permanecer líquidas mesmo em temperaturas abaixo de zero, um estado chamado de “super-resfriamento”.
- Cristalização: Quando ocorre uma perturbação na atmosfera, como a passagem de um avião ou a formação de cristais de gelo, algumas dessas gotículas super-resfriadas congelam.
- Efeito dominó: O congelamento de algumas gotículas inicia um efeito dominó, fazendo com que outras gotículas próximas também se transformem em cristais de gelo.
- Evaporação e queda: Os cristais de gelo formados são mais pesados e caem da nuvem, criando um espaço vazio que se parece com um buraco. A água que sobra evapora.
Características do fenômeno:
- Aparência: O “buraco” geralmente tem uma forma circular ou elíptica, com um centro claro e bordas difusas.
- Duração: O fenômeno pode durar de alguns minutos a algumas horas, dependendo das condições atmosféricas.
- Ocorrência: É mais comum em nuvens do tipo altocumulus ou cirrocumulus, que são encontradas em altitudes médias.
Esse fenômeno representa algum risco?

Não há riscos associados a esse fenômeno. Segundo Maria Clara, essas nuvens não são indicativas de tempestades ou condições climáticas adversas. O buraco no céu é apenas um efeito visual interessante, sem implicações para a segurança ou o clima da região.
Quais as curiosidades sobre nuvens e fenômenos atmosféricos?
- Cirrocumulus: Nuvens altas que se formam a altitudes elevadas, geralmente associadas a condições de tempo estável.
- Altocumulus: Nuvens médias que podem indicar mudanças no tempo, mas não são diretamente associadas a tempestades.
- Super Resfriamento: Estado em que a água permanece líquida abaixo de seu ponto de congelamento, até que uma perturbação cause a formação de gelo.
O fenômeno do buraco no céu de Peruíbe é um exemplo fascinante de como a atmosfera pode criar efeitos visuais impressionantes. Compreender esses fenômenos ajuda a desmistificar ocorrências naturais e a apreciar a complexidade do clima terrestre.