A BYD, uma das principais fabricantes de veículos elétricos da China, está desafiando as tendências globais do setor automotivo. Enquanto muitas montadoras enfrentam dificuldades para expandir suas operações, a BYD tem acelerado seus planos de crescimento. Recentemente, a empresa concluiu uma significativa oferta subsequente de ações na bolsa de Hong Kong, arrecadando US$ 5,6 bilhões. Este movimento representa a maior oferta global de ações de uma montadora em uma década.
Apesar de uma queda inicial no valor das ações após a oferta, a BYD viu seu valor de mercado aumentar significativamente, atingindo US$ 142 bilhões. Na China, a empresa domina o mercado de veículos elétricos, com seus carros representando cerca de um terço das vendas de novos veículos elétricos, incluindo modelos totalmente elétricos e híbridos. Os recursos obtidos com a oferta serão usados para fortalecer suas capacidades tecnológicas e acelerar a expansão internacional.
Como a BYD está expandindo internacionalmente?
A BYD, com sede em Shenzhen, está expandindo agressivamente sua presença nos principais mercados globais. A empresa está construindo novas linhas de produção na Hungria, Turquia e Brasil. Este esforço de expansão é apoiado por investidores estratégicos, incluindo o family office Al-Futtaim, que distribui os carros da BYD nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita. A presença de investidores como Warren Buffett também reforça a confiança no potencial de crescimento da empresa.
O sucesso da oferta de ações da BYD em Hong Kong pode servir de exemplo para outras empresas chinesas que buscam atrair investidores estrangeiros. Empresas como a CATL, maior fabricante de baterias para veículos elétricos do mundo, e a montadora Chery, já demonstraram interesse em seguir o mesmo caminho.

Quais desafios as montadoras tradicionais estão enfrentando?
Enquanto a BYD avança, muitas montadoras tradicionais enfrentam desafios significativos no mercado de veículos elétricos. Recentemente, a Nissan e a Honda desistiram de uma fusão planejada, em parte devido ao domínio crescente dos carros elétricos chineses. A Stellantis, que possui marcas como Peugeot e Fiat, também enfrenta dificuldades, com vendas decepcionantes do Fiat 500e nos Estados Unidos.
A Ford relatou perdas de US$ 1,2 bilhão no segmento de veículos elétricos, agravadas por custos de recalls de segurança. Esses desafios refletem as dificuldades enfrentadas por muitas montadoras tradicionais em se adaptar rapidamente às mudanças no mercado automotivo global.
O futuro das startups de veículos elétricos
Além das montadoras tradicionais, as startups de veículos elétricos também enfrentam tempos difíceis. A Nikola, que se tornou pública em 2020, entrou com pedido de recuperação judicial, citando dificuldades financeiras significativas. Outras startups, como Fisker Automotive e Lordstown Motors, também enfrentam desafios semelhantes, com muitas recorrendo à recuperação judicial.
O Wall Street Journal relatou que várias empresas do setor, incluindo fabricantes de baterias, podem não ter recursos suficientes para sustentar suas operações até 2025. Esse cenário destaca a volatilidade e os riscos associados ao mercado de veículos elétricos, mesmo com o crescimento de empresas como a BYD.