O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2025, após a aceitação de uma denúncia que o acusa de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF. Este caso tem gerado grande repercussão política e midiática, levantando debates sobre a estabilidade democrática no Brasil.
Bolsonaro, em um discurso de 50 minutos nesta quarta-feira (26/3), defendeu-se das acusações, atribuindo a denúncia à “criatividade de alguns” e reafirmando seu apoio a manifestações populares. Ele negou qualquer tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, mas destacou que discutir hipóteses constitucionais não configura crime. O ex-presidente também voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro e defendeu a implementação do voto impresso.
Quais são as acusações contra Jair Bolsonaro?
🚨 BOLSONARO REAGE APÓS VIRAR RÉU: "ACUSAÇÃO É INFUNDADA"
— Vox Liberdade (@VoxLiberdade) March 26, 2025
Após se tornar réu, Bolsonaro explicou por que não compareceu ao julgamento: "Eu já sabia o que ia acontecer. Espero colocar um ponto final nisso hoje. Parece haver algo pessoal contra mim, e a acusação é muito grave. São… pic.twitter.com/x4PRgrg7Qb
A denúncia contra Bolsonaro e outros sete indivíduos alega uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A acusação se baseia, em parte, na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Segundo a PGR, os réus teriam conspirado para subverter a ordem democrática, embora a defesa de Bolsonaro conteste a falta de provas concretas que liguem o ex-presidente aos atos de 8 de janeiro.
O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, argumentou que a acusação se apoia exclusivamente na delação de Cid, que ele considera inválida. Vilardi também afirmou que não houve “grave ameaça” nos pronunciamentos de Bolsonaro citados na denúncia e que o julgamento deveria ocorrer no plenário do STF, em vez de na Primeira Turma.
Como está sendo o julgamento no STF?
O julgamento na Primeira Turma do STF começou com a análise de pedidos preliminares das defesas, incluindo a nulidade da delação de Mauro Cid e a solicitação para que o caso fosse julgado no plenário. Todos os requerimentos foram rejeitados pela maioria dos ministros. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os outros acusados passarão a ser réus, enfrentando um processo judicial que pode ter consequências significativas para suas carreiras políticas.
Durante o julgamento, Bolsonaro optou por não comparecer ao STF, acompanhando a sessão do gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, no Congresso. A decisão de não estar presente fisicamente no tribunal foi estratégica, segundo seus aliados, que afirmam que o ex-presidente está focado em preparar sua defesa com sua equipe jurídica.
Qual é o impacto político deste caso?

O caso contra Jair Bolsonaro tem implicações profundas para a política brasileira. A aceitação da denúncia pelo STF pode influenciar a percepção pública sobre o ex-presidente e seu legado, além de afetar suas perspectivas políticas futuras. O julgamento também destaca as tensões entre os poderes Executivo e Judiciário no Brasil, evidenciando os desafios enfrentados pelo país em manter a estabilidade democrática.
Além disso, o caso reacende o debate sobre a transparência e a segurança do sistema eleitoral brasileiro, temas que Bolsonaro frequentemente trouxe à tona durante seu mandato. A defesa do voto impresso e as críticas ao sistema eletrônico de votação continuam a ser pontos de discórdia na política nacional.
O desfecho deste processo será crucial para definir o rumo da política brasileira nos próximos anos, com potenciais repercussões tanto no cenário interno quanto nas relações internacionais do país.