O Melanocetus johnsonii, popularmente conhecido como “diabo negro“, é uma das criaturas mais intrigantes das profundezas oceânicas. Recentemente, um avistamento raro dessa espécie ocorreu próximo à costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias. Este evento foi documentado por pesquisadores da ONG espanhola Condrik Tenerife, especializada na conservação de tubarões e raias na região, marcando um encontro sem precedentes.
Este peixe abissal, notório por habitar áreas do oceano que muitas vezes ultrapassam dois mil metros de profundidade, foi avistado em plena luz do dia a apenas dois quilômetros da costa. Tal ocorrência é extremamente rara, já que esses animais normalmente evitam as águas superficiais.
🐟 Angler Fish spotted swimming vertically to the surface on the coast of Tenerife
— 🔴 Wars and news 🛰️ (@EUFreeCitizen) February 8, 2025
It could be the first recorded sighting in the world of a living adult black seadevil or abyssal anglerfish (*Melanocetus johnsonii*) in broad daylight and at the surface! A legendary fish that… pic.twitter.com/NjmAbEVLsw
Como o peixe ‘diabo negro’ é conhecido?
O diabo negro é conhecido pelo seu aspecto sombrio e pelo apêndice bioluminescente que utiliza para atrair presas nas profundezas escuras do mar. Ele é um exemplo de adaptação extrema, vivendo em condições de altíssima pressão e escuridão quase total. Esta espécie já foi objeto de interesse científico devido às suas características únicas e à sua raridade.
Até recentemente, a maior parte do conhecimento sobre o diabo negro vinha de larvas, exemplares mortos ou filmagens feitas por submarinos. O registro feito em Tenerife representa o possível primeiro avistamento de um exemplar adulto vivo à luz do dia, o que aumenta significativamente a importância deste evento.
Por que este avistamento é tão importante?
O avistamento em Tenerife contou com a colaboração de diversos especialistas, incluindo o fotógrafo de fauna marinha David Jara e os biólogos marinhos Laia Valor, Marc Martín e Antonio Sabuco. Este tipo de colaboração é vital para a conservação e o estudo de espécies raras. Laia Valor, em entrevista ao jornal espanhol “El Mundo”, descreveu o momento como surpreendente e inesperado, destacando o papel crucial que tais descobertas têm no avanço da biologia marinha.
Além disso, o registro do diabo negro à superfície também provoca novas questões sobre o comportamento e as necessidades desses peixes, que podem ter implicações diretas em estratégias de conservação marinha.
Quais são as hipóteses para o avistamento na superfície?
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Ainda não se sabe ao certo o motivo pelo qual o Melanocetus johnsonii foi encontrado tão próximo da superfície. Uma das hipóteses é que o peixe estava debilitado, o que pode ter causado essa aproximação incomum. Fenômenos como mudanças de temperatura e pressão das águas também podem ser fatores a considerar, oferecendo um campo vasto para pesquisas futuras.
Este avistamento, além de ser uma curiosidade científica, destaca a importância de expedições regularmente conduzidas por ONGs e pesquisadores, que têm um papel essencial na proteção dos ecossistemas marinhos e na descoberta de novos conhecimentos sobre a vida nas profundezas oceânicas.
Os cientistas pretendem continuar suas pesquisas para compreender melhor o comportamento e a ecologia do Melanocetus johnsonii. A conservação de espécies ameaçadas e o estudo de sua biologia são essenciais para garantir que as raras visões do diabo negro não se tornem apenas memórias de um passado distante. À medida que mais informações são reveladas, a esperança é que esses dados influenciem políticas de conservação eficazes.
Assim, o encontro em Tenerife se torna não apenas um marco visual e científico, mas também um lembrete da vastidão ainda desconhecida dos nossos oceanos e do imenso potencial que ainda temos para aprender com eles.