O governo dos Estados Unidos decidiu interromper uma parceria significativa com o Brasil destinada à prevenção de incêndios florestais. Essa decisão segue-se a um decreto do presidente americano, Donald Trump, que paralisou atividades de assistência internacional, impactando diretamente o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios que era executado em solo brasileiro.
O programa, que era viabilizado por meio de financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), visava o treinamento de brigadistas brasileiros. A suspensão ocorreu em um contexto de esforços de Trump para desmantelar a Usaid, instituição que ele acusou de má conduta financeira. Assim, a cooperação que visava fortalecer a capacidade brasileira de combate ao fogo em suas florestas foi temporariamente interrompida.
Como o Brasil está reagindo à suspensão?
![Trump rompe parceria com o Brasil e corta financiamento da USAID](https://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2025/02/01-258-1024x576.jpg)
Diante da suspensão, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou que vai reprogramar as atividades pertinentes. Em colaboração com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a Funai, o Ibama está considerando maneiras de prosseguir com as iniciativas previamente agendadas, mesmo sem a participação dos Estados Unidos.
A coordenação brasileira dos esforços de prevenção e combate a incêndios florestais continuará com recursos nacionais. Os órgãos envolvidos pretendem utilizar fundos do orçamento da União, assegurando que as operações essenciais não sejam interrompidas. No entanto, a ausência da assistência técnica internacional impacta a capacitação contínua e a troca de conhecimento.
Há prejuízo no combate aos incêndios florestais?
O Ibama afirmou que a interrupção não afeta de imediato o combate aos incêndios florestais em termos de recursos. Isso se deve ao fato de que o financiamento para tais atividades provém do próprio orçamento do governo brasileiro. Contudo, os ganhos técnicos e de inovação que advinham da cooperação internacional foram temporariamente perdidos.
Os desafios relacionados à prevenção de incêndios no Brasil são grandes, especialmente diante de números alarmantes de focos de incêndio que aumentaram significativamente em 2024. Tais eventos vêm ocorrendo num contexto marcado por recordes de seca e efeitos das mudanças climáticas que agravam a situação.
Qual o impacto nos esforços de capacitação?
Embora não haja perda direta em termos de combate, o impacto maior reside na perda de suporte técnico e na capacitação de profissionais do setor. O programa americano oferecia oportunidades de treinamento e desenvolvimento de táticas avançadas para a prevenção e controle de incêndios, elementos que são cruciais para a modernização das práticas locais.
Enquanto as autoridades brasileiras buscam alternativas para preencher essa lacuna, a coordenação e a eficiência nas ações práticas de combate ao fogo podem enfrentar dificuldades sem a colaboração e o apoio técnico que vinham sendo fornecidos pelos EUA por meio da Usaid.
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta críticas quanto à sua resposta à crise das queimadas, intensificadas pelas condições climáticas adversas. Diante da atual situação, os órgãos responsáveis precisam avaliar se buscarão novas parcerias internacionais ou se focarão em fortalecer ainda mais os recursos internos e a colaboração entre entidades nacionais.