Na tarde de quarta-feira (5/2), um trágico incidente marcou a história da Igreja São Francisco de Assis, localizada no bairro do Pelourinho, em Salvador, Bahia. Parte do teto da igreja, carinhosamente conhecida como ‘igreja do ouro’, desabou, resultando na morte de uma turista e ferimentos em outras cinco pessoas. Este evento lamentável levantou questões sobre a segurança e a preservação de edifícios históricos.
A vítima fatal, identificada como Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, era natural de Ribeirão Preto, São Paulo. Ela estava visitando a igreja no momento do acidente. Entre os cinco feridos, dois são estrangeiros, mas felizmente todos sofreram apenas ferimentos leves, conforme relatado pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia.
Como a “Igreja do Ouro” é conhecida?
A Igreja São Francisco de Assis, situada no coração do Centro Histórico de Salvador, é uma joia da arquitetura barroca, construída entre os séculos XVII e XVIII. O convento adjacente foi fundado por frades franciscanos em 1587, e o edifício atual começou a ser erguido em 1708. Este é um dos monumentos mais ricos em adorno do Brasil, com altares revestidos em ouro.
A distinção da igreja como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, conferida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), atesta sua importância não apenas para a história do Brasil, mas também para a arquitetura mundial. O complexo é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco.
Quais foram as medidas tomadas pós-desabamento?
Imediatamente após o acidente, serviços de emergência, incluindo o Samu, Polícia Militar e Civil, bem como a Defesa Civil de Salvador (Codesal), foram mobilizados para o local. As áreas afetadas foram interditadas para mitigar riscos futuros. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) iniciou uma investigação para esclarecer as causas do acidente.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela preservação de locais históricos, destacou a urgência de manter e reparar estas estruturas. Recentemente, criticou-se o Iphan por supostas falhas em identificar riscos estruturais durante vistorias.
A preservação de patrimônios históricos como a Igreja de São Francisco é crucial para manter a identidade cultural e história de uma nação. Esses locais contam histórias das épocas passadas e são testemunhos de eventos importantes. A conservação precisa envolver esforços colaborativos de governo, instituições e iniciativa privada.
Quando edifícios históricos estão em risco, a resposta deve ser rápida e eficaz, garantindo que tragédias como essa não voltem a acontecer. A restauração e manutenção contínua são fundamentais para preservar a integridade de tais monumentos e garantir a segurança de seus visitantes.
Que Fatores Contribuíram para o Desabamento?
Enquanto os laudos periciais do Departamento de Polícia Técnica ainda estão pendentes, especula-se que a deterioração natural dos materiais ao longo dos séculos, junto com possíveis falhas de manutenção, podem ter contribuído para o desabamento. A umidade elevada em Salvador também é um fator que pode acelerar a degradação de madeiras e argamassas.
As declarações do superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanaes, destacam que vistorias regulares são essenciais, mas cabe aos proprietários a responsabilidade de manter as edificações em condições seguras. Recentemente, o Iphan investiu em reparos de azulejos e, antes disso, já havia alocado recursos para outras melhorias.
O desabamento na Igreja São Francisco de Assis serve como um alerta sobre a atenção necessária à preservação do patrimônio histórico. A tragédia resulta em momentos de reflexão sobre as políticas de conservação, os investimentos e as responsabilidades dos variados setores envolvidos na manutenção desses edifícios de inestimável valor cultural.