O aumento das temperaturas globais é uma preocupação crescente que afeta diversas regiões do mundo. De acordo com uma análise da Nasa, algumas áreas podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas (aproximadamente em 50 anos) devido ao calor extremo. Este fenômeno não é apenas uma questão de desconforto, mas uma ameaça real à sobrevivência humana em certas partes do planeta.
Regiões do Brasil, como o Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste, estão entre as áreas identificadas no estudo que mapeou cinco regiões do mundo em risco. A cor vermelha, que indica temperaturas acima da média, domina o mapa global, destacando a gravidade da situação. No Hemisfério Norte, as ondas de calor são intensas, enquanto no Hemisfério Sul, o inverno não impede que as temperaturas ultrapassem os 35°C em várias cidades brasileiras.
Como o aumento das temperaturas é motivado?
2024 was the hottest year in NASA’s record, which starts in 1880. Global temperatures were around 1.28 degrees Celsius (2.30 degrees Fahrenheit) higher in 2024 than the 1951-1980 average, the baseline period used in GISTEMP. pic.twitter.com/ULhBlSpvsq
— NASA Climate (@NASAClimate) January 10, 2025
O aumento das temperaturas é uma consequência direta das mudanças climáticas, impulsionadas principalmente pelas emissões de gases de efeito estufa. Cientistas alertam que, se as emissões continuarem em ritmo acelerado, o aquecimento global persistirá. Ondas de calor mais frequentes e severas são um reflexo dessa tendência, e o impacto é sentido em todo o mundo.
O estudo liderado por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, analisou extremos de calor e umidade. Utilizando imagens de satélite e projeções de temperatura de bulbo úmido, a pesquisa revelou que a combinação de calor e umidade pode atingir níveis perigosos para a saúde humana.
Por que algumas partes do mundo podem se tornar inabitáveis?
A temperatura de bulbo úmido é uma medida crucial para entender o impacto do calor extremo. Ela considera não apenas a temperatura, mas também a umidade do ar. Quando a umidade é alta, a transpiração, que é um mecanismo de resfriamento do corpo humano, é ineficaz, pois o suor não evapora adequadamente.
Se a temperatura de bulbo úmido ultrapassar 35°C por mais de seis horas, mesmo as pessoas mais saudáveis podem superaquecer e morrer. Isso equivale a uma temperatura de 45°C com 50% de umidade, resultando em uma sensação térmica de 71°C. Desde 2005, essas condições já foram registradas em locais como o Golfo Pérsico e o Paquistão.
Quais regiões estão em risco de se tornarem inabitáveis?

As áreas em risco incluem o Sul da Ásia, onde vivem bilhões de pessoas. Nessa região, as temperaturas de bulbo úmido podem superar 35°C até 2070. O Golfo Pérsico e o Mar Vermelho também enfrentam temperaturas extremas, com previsões de aumento nas próximas décadas.
Partes da China, Sudeste Asiático e Brasil também estão sob ameaça. A derrubada de árvores e o consumo irresponsável de recursos naturais podem acelerar o aumento das temperaturas, tornando essas regiões inabitáveis mais rapidamente do que o previsto.
Como a humanidade pode se adaptar a essas mudanças?
A adaptação a temperaturas extremas é um desafio significativo. O corpo humano tem limites para suportar calor e umidade elevados, e a capacidade de adaptação é limitada. Medidas de mitigação, como a redução das emissões de gases de efeito estufa e a proteção dos recursos naturais, são essenciais para evitar um futuro inabitável.
O estudo da Nasa serve como um alerta para a necessidade urgente de ações globais coordenadas. Sem mudanças significativas, as condições climáticas extremas podem se tornar a nova norma, afetando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.