A Administração de Donald Trump está planejando uma transformação radical na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid). Segundo informações divulgadas pelo jornal The New York Times nesta sexta-feira (7/2), este movimento envolve a redução drástica do número de funcionários, afetando diretamente a capacidade da agência de fornecer assistência humanitária global. Com uma proposta de diminuir o contingente de 10 mil para apenas 290 funcionários, há um impacto considerável na gestão dos programas de auxílio internacional.
Essa decisão é parte de uma estratégia maior de corte de gastos públicos, liderada pelo bilionário Elon Musk, sob a égide de uma força-tarefa denominada Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). A mudança causou preocupação entre os funcionários da agência e organizações de direitos humanos, que temem uma deterioração nos serviços essenciais prestados pela USaid mundialmente.
Como a reestruturação foi motivada?
USAID is a criminal organization.
— Elon Musk (@elonmusk) February 2, 2025
Time for it to die. https://t.co/sWYy6fyt1k
A intenção declarada do governo parece não ser a eliminação da assistência externa, segundo declarações do secretário de Estado interino, Marco Rubio. No entanto, o foco está na redução de custos e no aumento da eficiência administrativa. A USaid, há muito vista como um bastião de suporte internacional, enfrenta agora um futuro incerto, com funcionários sendo colocados em licença administrativa ou demitidos.
Além disso, cerca de 800 prêmios internacionais e contratos geridos pela agência estão programados para serem cancelados. O impacto desta medida se estenderá por vários programas críticos, principalmente em áreas como saúde, segurança alimentar e ajuda em desastres naturais.
Qual é a reação dos funcionários e instituições?
A resposta dos funcionários da USaid tem sido de resistência. Eles se mobilizaram contra cortes severos, enviando propostas alternativas ao Departamento de Estado. Estas propostas enfatizam a importância de manter uma equipe mais robusta para assegurar o andamento de programas que literalmente salvam vidas ao redor do mundo.
Além dos protestos internos, sindicatos como a Associação Americana de Serviço Exterior e a Federação Americana de Funcionários do Governo iniciaram uma ação judicial contra a administração Trump. A acusação principal é de que tais cortes violam princípios constitucionais, enfatizando que a reestruturação precisa da aprovação do Congresso para ser implementada.
Como a USaid impacta o mundo?
![Após novas revelações, governo Trump demitirá quase toda a equipe da USAID](https://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2025/02/01-6-1024x576.jpg)
Desde sua criação em 1961, a USaid tem desempenhado um papel vital como maior doador individual de assistência humanitária no mundo. No ano fiscal de 2023, a agência alocou cerca de 72 bilhões de dólares para diversas causas, desde a saúde feminina em zonas de conflito até a segurança energética.
O impacto inclui o fornecimento de alimentos em regiões devastadas pela fome, livros didáticos para crianças deslocadas e treinamento em saúde em vários países. Países como Ucrânia, Etiópia e Somália estão entre os principais beneficiários destes programas.
A USaid representa menos de 1% do orçamento federal dos EUA; contudo, seu alcance global é imenso. Ela desempenha um papel crítico em campanhas de saúde, ajudando a erradicar doenças e fornecendo alívio em crises humanitárias. As consequências de sua reestruturação podem ser devastadoras, não só para os países diretamente beneficiados, mas para a reputação internacional dos Estados Unidos como líder em ajuda humanitária.
A crise atual na USaid levanta questões sobre as prioridades de ajuda externa e a gestão de recursos públicos, destacando a necessidade de equilíbrio entre eficiência fiscal e responsabilidade humanitária internacional.