Recentemente, surgiu uma nova investigação científica que lança luz sobre o papel potencial da cafeína na manutenção do peso corporal saudável e na prevenção do diabetes tipo 2. Publicada na BMJ Medicine, essa pesquisa se baseia em conexões genéticas para explorar como a cafeína do café pode influenciar o índice de massa corporal (IMC) e o risco de doenças metabólicas.
Conduzida por instituições renomadas, como o Instituto Karolinska e a Universidade de Bristol, o estudo avaliou dados genéticos de quase 10.000 indivíduos. A pesquisa focou em como certas variantes genéticas afetam o metabolismo da cafeína e as implicações disso para a saúde corporal.
Como a cafeína do café está relacionada ao IMC?
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O estudo revelou que níveis mais elevados de cafeína no sangue, devido a predisposições genéticas, tendem a estar associados a um IMC mais baixo e a menor acúmulo de gordura corporal. Além disso, verificou-se que a presença de cafeína pode diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, em parte pela redução na gordura corporal.
Essas descobertas sugerem que bebidas com cafeína e sem calorias podem ser uma estratégia adicional na perda de peso e na prevenção de doenças metabólicas. No entanto, é essencial considerar como essas sugestões podem ser aplicadas na prática diária de maneira segura.
Cafeína e IMC:
- Estudos genéticos: Pesquisadores utilizaram marcadores genéticos para investigar a ligação entre os níveis de cafeína no sangue, o IMC e o risco de diabetes tipo 2. Os resultados indicaram que níveis mais elevados de cafeína estão associados a um IMC mais baixo.
- Mecanismos: A cafeína pode afetar a quantidade de gordura corporal, um fator que influencia o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Cafeína e risco de diabetes:
- Redução do risco: Estudos têm demonstrado que o consumo de café pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Acredita-se que a cafeína seja um dos compostos responsáveis por esse efeito protetor.
- Níveis plasmáticos: Níveis mais altos de cafeína presente no café no sangue, previstos geneticamente, foram associados a um menor risco de diabetes tipo 2. Estima-se que cerca de metade do efeito da cafeína no risco de diabetes tipo 2 seja mediado pela redução do IMC.
Quais os efeitos no corpo?
Os efeitos da cafeína no corpo podem ser explicados pela sua capacidade de estimular processos como a termogênese, que aumenta a produção de calor, e a oxidação de gorduras, que transforma gordura em energia. Esses mecanismos podem contribuir para um metabolismo mais ativo e para a redução da gordura corporal.
A randomização mendeliana foi utilizada nesta pesquisa para estabelecer uma relação causal entre variações genéticas e os efeitos corporais da cafeína, demonstrando como essa substância pode influenciar aspectos metabólicos de maneira complexa.
Efeitos positivos:
- Aumento do estado de alerta e da concentração: A cafeína age como um bloqueador dos receptores de adenosina, um neurotransmissor que induz o sono e o relaxamento. Isso leva a um aumento da atividade neuronal, resultando em maior estado de alerta, concentração e capacidade de foco.
- Melhora do desempenho físico: A cafeína pode aumentar a liberação de adrenalina, um hormônio que estimula o corpo a se preparar para o esforço físico. Isso pode levar a um aumento da força, da resistência e da velocidade durante atividades físicas.
- Redução da fadiga: Ao bloquear os receptores de adenosina, a cafeína pode reduzir a sensação de cansaço e fadiga, permitindo que a pessoa se sinta mais energizada e disposta.
- Melhora do humor: A cafeína pode estimular a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Isso pode levar a uma melhora do humor, sensação de bem-estar e até mesmo euforia em algumas pessoas.
Efeitos negativos:
- Insônia: A cafeína pode interferir no sono, especialmente se consumida em grandes quantidades ou perto da hora de dormir. Isso pode levar a dificuldades para adormecer, sono de má qualidade e cansaço durante o dia.
- Ansiedade e nervosismo: Em algumas pessoas, a cafeína pode causar ansiedade, nervosismo, irritabilidade e até mesmo tremores. Esses efeitos são mais comuns em pessoas sensíveis à cafeína ou que consomem grandes quantidades da substância.
- Taquicardia: A cafeína pode aumentar a frequência cardíaca, levando a palpitações e, em alguns casos, taquicardia. Esse efeito é mais comum em pessoas com problemas cardíacos ou que consomem grandes quantidades de cafeína.
- Problemas digestivos: A cafeína pode aumentar a produção de ácido no estômago, o que pode levar a problemas digestivos como azia, refluxo e dor de estômago.
- Dependência: O consumo regular de cafeína pode levar à dependência, o que significa que a pessoa precisa de doses cada vez maiores da substância para obter os mesmos efeitos. A interrupção abrupta do consumo de cafeína pode levar a sintomas de abstinência, como dor de cabeça, fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração.
Qual é a relevância para a saúde pública?
O diabetes tipo 2 é uma preocupação significativa em termos de saúde pública, dada sua alta prevalência e o impacto na qualidade de vida. Identificar métodos eficazes para reduzir o risco dessa doença é crucial. Este estudo sugere que o consumo de cafeína pode ser uma abordagem complementar, especialmente em formulações que não carregam calorias adicionais.
No entanto, é importante lembrar que o consumo excessivo de cafeína presente no café pode ter seus próprios riscos à saúde. Por isso, um equilíbrio cuidadoso e orientado por profissionais de saúde é ideal para maximizar os benefícios dessa substância.
Em suma, a pesquisa destaca o potencial da cafeína como uma ferramenta útil na gestão do peso e como parte das estratégias de prevenção de doenças metabólicas, mantendo o foco em um consumo seguro e equilibrado.