Em dezembro do ano passado, a descoberta do asteroide 2024 YR4 pegou a comunidade científica de surpresa. Desde então, astrônomos e astrofísicos ao redor do mundo têm monitorado atentamente sua trajetória devido ao potencial risco de colisão com a Terra estimado para 2032. Segundo cálculos preliminares, a probabilidade de impacto é de cerca de 2,3%, o que gerou preocupações em diversas agências espaciais. O impacto tem potencial para provocar uma destruição equivalente a 500 bombas de Hiroshima.
David Rankin, engenheiro do Projeto Catalina Sky Survey da NASA, introduziu o conceito de “corredor da morte”, descrevendo as regiões possivelmente mais afetadas em caso de impacto. Esta área inclui partes da América do Sul, sul da Ásia, norte da África, o Mar Arábico e o Oceano Pacífico. A determinação exata do local do impacto dependeria da rotação terrestre no momento da aproximação do asteroide.
Quais países podem estar em risco?
Asteroid 2024 YR4 may hit Earth in 2032. pic.twitter.com/OhKWbLcX8B
— Cosmoknowledge (@cosmoknowledge) February 16, 2025
Os cálculos sugerem que países como Índia, Venezuela, Paquistão, Equador, Bangladesh, Etiópia, Colômbia, Sudão e Nigéria poderiam ser impactados caso o asteroide colida com a Terra. As implicações de um impacto seriam catastróficas, similar ao evento de Tunguska em 1908, que devastou uma vasta área florestal na Sibéria.
A área potencialmente afetada por uma colisão com o 2024 YR4 poderia se estender por aproximadamente 2.150 quilômetros quadrados, o que equivale a quase onze vezes o tamanho da cidade de Buenos Aires. Apesar das possibilidades alarmantes, as autoridades enfatizam que ainda não há necessidade de pânico, dado que o impacto ainda não foi confirmado.
Quais são as estratégias para evitar a colisão do asteroide?
Com a aproximação prevista para 2032, a comunidade científica tem considerado diversas estratégias para mitigar os riscos. Entre as opções avaliadas estão o uso de bombas nucleares, lasers solares e impactadores cinéticos, sendo essa última uma tentativa de desviar a trajetória do asteroide.
A rocha espacial deverá se aproximar da Terra novamente em dezembro de 2028, proporcionando uma oportunidade crítica para a medição de suas dimensões e velocidade. A análise da luz refletida pelo asteroide indica que ele pode ter entre 40 e 90 metros de diâmetro, embora essas estimativas possam ser refinadas com futuras observações.
Quais as observações futuras e análise de riscos?
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A próxima fase dos estudos envolverá o uso do Telescópio Espacial James Webb em março de 2024. Este é um momento crucial, pois permitirá uma melhor compreensão das características dimensionais e orbitais do asteroide 2024 YR4. A escolha desse mês para observações mais detalhadas não é aleatória; as condições celestiais e o posicionamento do telescópio possibilitarão capturar dados essenciais que os telescópios convencionais na Terra não conseguem.
Dado que em abril de 2024 o asteroide sairá do alcance dos telescópios terrestres, o telescópio espacial voltará a se concentrar nele em maio do mesmo ano para monitorar eventuais mudanças em sua trajetória. Este estudo contínuo é vital para adaptar as estratégias de prevenção e garantir que quaisquer riscos sejam minimizados.
O trabalho incessante das agências espaciais, especialmente da NASA, exemplifica a importância da vigilância constante e do desenvolvimento contínuo de tecnologias capazes de proteger o planeta de ameaças cósmicas. A conscientização sobre o potencial impacto do asteroide 2024 YR4 e a resposta coordenada destacam a seriedade e a urgência deste desafio científico.