A Semana de Moda de Milão, que se inicia nesta terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, promete ser um marco na tentativa de revitalizar um mercado de luxo em declínio. Com a apresentação das novas coleções femininas para o outono/inverno 2025-2026, o evento busca trazer uma nova perspectiva em um contexto de dificuldades econômicas para o setor. A abertura será marcada pelo desfile da Gucci, uma marca que simboliza os desafios enfrentados atualmente.
O grupo Kering, proprietário da Gucci, anunciou recentemente uma queda significativa nos lucros, com uma redução de 23% nas vendas da marca. Este cenário levou à saída do diretor artístico Sabato de Sarno, após apenas dois anos no cargo. A transição para uma nova direção artística é vista como uma tentativa de recuperação e renovação da marca, conforme indicado pelo presidente da Kering, François-Henri Pinault.
Como a Semana de Moda de Milão responde à crise no setor de luxo?
Carlo Capasa, presidente da Câmara Nacional da Moda Italiana, destacou que a Semana de Moda de Milão pretende enfrentar o momento complexo do setor com criatividade e pragmatismo. O evento busca reafirmar o valor do “Made in Italy” em um mercado global que enfrenta desafios significativos. De acordo com a Bain & Company, apenas um terço das marcas de luxo devem crescer até 2024, o que coloca ainda mais pressão sobre eventos como este para impulsionar o setor.
O setor de moda italiano, que abrange não apenas roupas, mas também óculos, joias e produtos de beleza, registrou uma queda de 5,3% no faturamento em 2024. Este declínio reflete as dificuldades enfrentadas por muitas marcas em manter sua relevância e atratividade em um mercado saturado e em crise.
Quais são os destaques e ausências da Semana de Moda de Milão?
O governo italiano alocou mais de 110 milhões de euros para enfrentar a crise de emprego no setor da moda em 2024 e 2025. Em meio a este cenário, a Semana de Moda de Milão continua com cerca de 153 eventos programados, incluindo 53 desfiles. Entre os destaques, está o centenário da casa Fendi, que apresentará um desfile especial sob a direção de Silvia Venturini Fendi.
Além disso, a grife DSquared comemora seu 30º aniversário, enquanto a Kway celebra 60 anos de existência. Marcas renomadas como Prada, Giorgio Armani, Versace, Max Mara, Ferragamo e Dolce&Gabbana estarão presentes, trazendo suas novas coleções para as passarelas. No entanto, a ausência notável será a da Bottega Veneta, que adiou seu desfile para setembro, após a nomeação de Louise Trotter como nova diretora artística.
O futuro do mercado de luxo e a importância da inovação
Em um momento de incertezas, a inovação e a adaptação são cruciais para a sobrevivência e o crescimento das marcas de luxo. A Semana de Moda de Milão não é apenas uma vitrine para novas coleções, mas também um palco para a redefinição de estratégias e a busca por novas direções artísticas. A capacidade de se reinventar e se conectar com o público global será determinante para o futuro do setor.
Com a atenção voltada para Milão, a expectativa é que o evento inspire uma nova era de criatividade e resiliência no mundo da moda, ajudando a superar os desafios atuais e a construir um caminho sustentável para o futuro do luxo.
