Recentemente, um conflito envolvendo o ex-goleiro Bruno Fernandes e a editora Record destacou questões cruciais sobre direitos de imagem. A controvérsia surgiu quando a imagem de Bruno foi utilizada na capa de um livro sem sua permissão direta. Embora a editora tenha argumentado ter obtido autorização do fotógrafo, essa situação trouxe à luz a complexidade envolvida no uso de imagens em publicações editoriais.
Os direitos de imagem são fundamentais para proteger a individualidade e a privacidade das pessoas. No caso de Bruno, a decisão judicial enfatizou que apenas a autorização do fotógrafo não é suficiente. O tribunal reafirmou que o consentimento direto da pessoa cuja imagem está sendo usada é indispensável, independentemente das autorizações de terceiros envolvidas.
Como foram os valores recebidos por Bruno?

O ex-goleiro Bruno solicitou uma indenização de R$1 milhão, porém o juiz Luiz Cláudio Silva Jardim Marinho determinou um valor menor, fixando a compensação em R$30 mil. A decisão judicial ressaltou que a editora não possuía autorização direta para utilizar a imagem do ex-atleta, ainda que tenha alegado ter recebido permissão do fotógrafo Alexsandro Ligório.
No decorrer do processo, a editora Record defendeu que a autorização concedida pelo fotógrafo seria suficiente para justificar o uso da imagem de Bruno, que ganhou notoriedade devido ao seu envolvimento no caso da morte da ex-modelo Eliza Samudio.
Autorização direta significa que a pessoa retratada deve explicitamente consentir com o uso de sua imagem. Este princípio é vital, pois protege indivíduos contra o uso indevido de suas aparências em contextos que possam afetar sua vida pessoal ou profissional. No caso em questão, o uso sem autorização de Bruno foi considerado uma violação de seus direitos, levando a uma decisão favorável ao ex-jogador.
Quais são as repercussões?
O desfecho desse caso pode influenciar fortemente as práticas editoriais. As editoras agora têm um precedente claro de que não basta obter imagens de fontes autorizadas, mas sim assegurar permissão da própria pessoa envolvida. Isso pode levar a revisões nos procedimentos de publicação, garantindo que os direitos pessoais sejam respeitados, especialmente em obras que lidam com temas sensíveis ou de ampla divulgação.
Como evitar conflitos de direitos de imagem?
Para evitar conflitos semelhantes, as editoras devem implementar processos rigorosos de verificação e autorização. Isso inclui:
Como evitar conflitos?
1. Obtenha autorização
A regra básica é sempre pedir permissão antes de utilizar a imagem de alguém. Essa autorização deve ser clara e específica sobre como a imagem será utilizada, por quanto tempo e em quais meios.
2. Conheça os tipos de licença
Existem diferentes tipos de licença de uso de imagem, como Creative Commons, que oferecem diferentes níveis de permissão. Ao utilizar um banco de imagens, por exemplo, é fundamental verificar qual o tipo de licença daquela imagem específica.
3. Atente-se para exceções
Em alguns casos, como em eventos públicos ou fotos jornalísticas, o uso da imagem pode ser considerado legal mesmo sem autorização expressa. No entanto, é sempre recomendado buscar orientação jurídica em caso de dúvidas.
4. Documente tudo
Guarde todos os comprovantes de autorização, licenças e outros documentos que possam comprovar o uso legal da imagem. Isso pode ser crucial em caso de disputas.
5. Consulte um profissional
Se você pretende utilizar imagens de terceiros com frequência, seja para fins comerciais ou não, é altamente recomendável consultar um advogado especializado em direitos de imagem. Ele poderá te orientar sobre as melhores práticas e evitar problemas futuros.
O caso entre Bruno e a editora Record ensina a importância de práticas éticas e legais na publicação de imagens. Além de assegurar o cumprimento das leis vigentes, demonstra respeito ao indivíduo representado. Assim, tanto editores quanto autores devem estar atentos às autorizações necessárias ao considerar o uso de imagens em suas obras, promovendo um entendimento e uma aplicação mais abrangente dos direitos de imagem.