O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu convite para a posse de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, marcada para esta segunda-feira (20). Assim como outros governantes de diferentes países, o chefe de Estado brasileiro não estará presente no evento em Washington, capital dos EUA.
A representação do Brasil na cerimônia ficará a cargo da embaixadora Maria Luiza Viotti. Vale destacar que, de maneira tradicional, os presidentes e chefes de governo de outras nações não costumam ser convidados para as posses de presidentes norte-americanos.
Como o Brasil é representado nas Posses Presidenciais?
O papel dos embaixadores é fundamental neste contexto. Eles estão encarregados de representar sua nação em diversas ocasiões formais e, a posse presidencial dos EUA é um exemplo disso.
O padrão se repete há algum tempo. Em janeiro de 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro não compareceu à posse de Joe Biden. Como costuma ocorrer nessas ocasiões, o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, indicado por Bolsonaro, representou o país na cerimônia.
No ano de 2009, quando Barack Obama assumiu a presidência dos EUA, Luiz Inácio Lula da Silva era o presidente do Brasil. Mesmo com a proximidade política entre os dois, Lula também não esteve presente na posse de Obama. Naquela ocasião, o embaixador brasileiro, Antonio Patriota, esteve no evento em seu lugar.
A ausência de convites para chefes de Estado se deve a uma tradição estabelecida para evitar o agrupamento de líderes mundiais em um evento solene e nacional como a posse presidencial dos Estados Unidos. O foco é garantir que o evento seja uma celebração interna do sistema democrático americano, sem influências externas. Contudo, algumas exceções ocorreram, como no caso de Donald Trump, que convidou líderes específicos, como Javier Milei, da Argentina, e Nayib Bukele, de El Salvador.
Qual a Situação de Bolsonaro para a Posse de Trump?
– 20 de janeiro: GRANDE DIA.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 20, 2025
– O mundo ligado nos USA.
– Deus proteja o nosso Brasil.
– Um abraço Presidente @realDonaldTrump.
– Jair, Michelle e @BolsonaroSP.
– Bom dia a todos. pic.twitter.com/wUfsLwU4WS
No início deste mês, o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, a devolução de seu passaporte para que pudesse viajar aos Estados Unidos e comparecer à cerimônia de posse. Bolsonaro afirmou ter recebido um convite para o evento.
No entanto, Moraes recusou o pedido e impediu a viagem de Bolsonaro. Diante disso, o ex-presidente optou por enviar sua esposa, Michelle, para representá-lo.
No sábado (18), ao acompanhar Michelle até o aeroporto, Bolsonaro expressou insatisfação com a decisão do ministro. Em entrevista a jornalistas, ele comentou: “Estou chateado e ainda abalado. Enfrento uma forte perseguição política por parte de uma pessoa. Essa pessoa [referindo-se a Moraes] tem o poder de decidir a vida de milhões de brasileiros. Ele e mais ninguém. Ele é quem comanda o processo, ele é quem decide tudo. Quando quer, ignora o Ministério Público e age conforme sua vontade. O objetivo é eliminar a direita no Brasil”.
Essas nuances evidenciam como os eventos internacionais podem envolver complexidades além do que é tradicional e protocolar. A presença ou a ausência de líderes mundiais nas posses presidenciais pode ser influenciada por razões diplomáticas, políticas e até mesmo pessoais, que fogem às convenções estabelecidas. Mesmo assim, cabe aos membros do corpo diplomático representar com dignidade e fidelidade os interesses de seus países em ocasiões tão significativas.