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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou recentemente uma lei que cancela a volta do seguro obrigatório de veículos, o DPVAT, que estava previsto para ser retomado em 2025. Inicialmente extinto em 2019 durante a gestão de Jair Bolsonaro, o seguro teria seu retorno como um esforço do governo para arrecadar fundos aos sistemas públicos de saúde e previdência, devido aos impactos financeiros gerados por acidentes de trânsito.
Com o retorno do DPVAT, o governo federal projetava uma parceria financeira com sistemas como o SUS, utilizando o seguro para financiar ações hospitalares e programas voltados para a educação no trânsito. No entanto, a resistência dos governadores em implementar essa cobrança levou à decisão de revogação. Assim, o seguro DPVAT, rebatizado como SPVAT, não será cobrado no próximo ano.
Impactos financeiros do DPVAT no setor público
Quando ativo, o DPVAT representava uma arrecadação significativa. Em 2018, último ano de sua aplicação, o seguro recolheu cerca de R$ 4,6 bilhões. Essa quantia foi fundamental para custear não apenas o Sistema Único de Saúde, mas também para promover programas de educação no trânsito e os prêmios do próprio seguro. Contudo, o impacto e a necessidade destas contribuições financeiras não foram suficientes para justificar sua permanência nos moldes antigos.
Qual foi o papel do congresso no cancelamento?
O cancelamento da retomada do DPVAT foi realizado dentro de um pacote fiscal aprovado pelo Congresso. Este pacote visa gerenciar as finanças públicas e inclui medidas para ceder “gatilhos” que controlam o crescimento de benefícios fiscais e despesas com pessoal caso as contas públicas apresentem resultados negativos. Apesar de não gerar economia direta, a retirada da cobrança do seguro foi integrada a essa estratégia como parte de um esforço maior para equilibrar as finanças do país.
O pacote fiscal e suas medidas
O pacote fiscal sancionado por Lula prevê o congelamento de até 15% de emendas parlamentares não impositivas, aquelas cujo pagamento não é obrigatório. Além disso, autoriza o governo a utilizar saldos de fundos nacionais para amortizar a dívida pública. Emendas individuais e de bancada, que possuem caráter impositivo, estão protegidas de congelamentos, salvaguardando uma fatia específica de gastos obrigatórios.
O esforço do governo em implementar essas medidas faz parte de um plano mais amplo que, junto a outras propostas, pretende economizar R$ 375 bilhões até 2030. O objetivo é manter um arcabouço fiscal que permita o crescimento econômico controlado das despesas públicas.
Os desdobramentos futurísticos para o Governo Federal
Na ausência do DPVAT, o governo busca alternativas para continuar financiando os sistemas impactados por essa fonte de receita. O novo pacote de cortes sugere que soluções inovadoras precisarão ser implementadas para abordagem efetiva dos recursos. Com as mudanças aprovadas, surge a necessidade de avaliação constante dos efeitos que as novas políticas econômicas terão sobre a estrutura fiscal brasileira.