O assassinato de Adilson Custódio Moreira, secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, chochou a cidade e levantou questões sobre o ambiente de trabalho na administração pública. O episódio ocorreu na tarde dessa segunda-feira (6/1), dentro das instalações da prefeitura, marcando uma reviravolta trágica em decorrência de uma disputa sobre readequações de funções dentro da Guarda Civil Municipal (GCM).
Henrique Marival de Sousa, guarda de 1ª Classe com dez anos de serviço na GCM, foi o responsável pelo homicídio. A troca de tiros teria sido desencadeada por uma comunicação de mudanças em sua rotina de trabalho, especificamente o retorno às atividades de patrulhamento nas ruas, uma alteração que gerou descontentamento e tensão entre os envolvidos.
Como o crime foi motivado?
Conforme relatado pelo comandante da GCM, Inspirador Regional Erivan da Silva Gomes, as mudanças nas funções de Henrique Marival tinham o objetivo de redistribuir as atividades do pessoal e foram discutidas individualmente com os agentes. Henrique, que antes realizava serviços predominantemente internos, teria reagido de forma violenta durante essas discussões.
A dúvida que paira é se havia tensões preexistentes entre o secretário e o guarda. O comandante relatou que, apesar de Henrique não ter registros de atos semelhantes ou processos administrativos em andamento, a possibilidade de desavenças antigas não pode ser descartada. Esta indefinição sugere um ambiente de trabalho potencialmente conflituoso, onde desentendimentos poderiam ter se acumulado ao longo do tempo.
Como se desenrolou o crime?
Após o disparo fatídico que tirou a vida de Moreira, o suspeito, Henrique Marival, se trancou em uma das salas da Prefeitura de Osasco. As forças de segurança, incluindo a Polícia Militar e o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), foram acionadas para lidar com a situação.
A intervenção do GATE resultou na rendição de Henrique por volta das 19h30. Durante o tempo gasto no local, a Prefeitura ficou temporariamente interditada, e o suspeito foi detido para a condução das devidas investigações, conduzidas no 5º Distrito Policial de Osasco.
Quem era o secretário?
Adilson Moreira nasceu em Minas Gerais e tinha uma carreira pública sólida com mais de um quarto de século de serviço. Ele já liderou a Secretaria de Segurança do município em 2018, antes de assumir o cargo de secretário-adjunto. Reconhecido por sua dedicação ao serviço público, sua morte gerou demonstrações de tristeza e homenagens nas redes sociais, incluindo mensagens de apoio e pesar do atual prefeito Gerson Pessoa e do ex-prefeito Rogério Lins.
O legado de Moreira na busca por melhorias na segurança urbana fica marcado por seu comprometimento contínuo. Seu corpo esteve em velório no Paço Municipal, onde amigos, familiares e colegas puderam prestar suas últimas homenagens.
O assassinato dentro de um edifício governamental trouxe um alerta sobre a questão da segurança no ambiente de trabalho, especialmente em setores de alta pressão como o da segurança pública. Este evento trágico revela a importância de mecanismos mais efetivos para a gestão de conflitos internos e uma avaliação contínua da saúde mental dos servidores, garantindo suporte adequado e preventivo.