A Argélia tem sido palco de crescente repressão contra igrejas protestantes evangélicas nos últimos anos. Isso foi destacado no recente “Índice Mundial de Perseguição dos Cristãos“, uma publicação anual que monitora a opressão a cristãos no mundo. As 47 igrejas protestantes evangélicas na Argélia estão enfrentando desafios significativos, culminando no fechamento completo dessas igrejas.
Desde 2019, a situação piorou significativamente para os cristãos na Argélia, afetando cerca de 60.800 evangélicos e 42.900 pentecostais. O pastor Youssef Ourahmane, vice-presidente da Igreja Protestante da Argélia (EPA), foi condenado à prisão por conduzir cultos não autorizados. Seu caso ilustra a crescente pressão sobre a comunidade cristã no país.
Como é o impacto da perseguição às igrejas protestantes na Argélia?
A repressão que resultou no fechamento das igrejas protestantes evangélicas é atribuída ao endurecimento das políticas governamentais contra conversões do islamismo para o cristianismo. Historicamente, a Argélia era um exemplo raro no norte da África onde cristãos convertidos podiam se reunir livremente em suas próprias igrejas.
As igrejas católicas, por outro lado, ainda operam sem maiores restrições, principalmente porque atendem expatriados, em sua maioria. Esta discriminação revela um ambiente hostil baseado em origens religiosas e culturais, afetando os argelinos convertidos ao cristianismo mais fortemente.
Como a repressão afeta a comunidade cristã local?
No atual cenário interno, aproximadamente vinte cristãos convertidos estão enfrentando processos judiciais, aumentando o clima de medo e incerteza. A necessidade de operar clandestinamente torna a prática religiosa uma tarefa arriscada, contribuindo para um sentimento de isolamento e vulnerabilidade entre os convertidos.
Além disso, a Argélia não está isolada neste fenômeno. Na África subsaariana, a violência religiosa tem se intensificado, com ataques jihadistas sendo uma ameaça constante. O relatório destaca a Nigéria como um ponto crítico, onde milhares de cristãos foram mortos somente em 2024.
A situação global da perseguição aos cristãos: há esperanças?
A luta por liberdade religiosa na Argélia espelha desafios enfrentados por cristãos em outras partes do mundo. A Coreia do Norte é repetidamente citada como o país mais hostil para cristãos, onde a prática clandestina de sua fé é a única opção para cerca de 400 mil seguidores.
O reconhecimento internacional das dificuldades enfrentadas pelos cristãos argelinos pode promover uma maior vigilância e, talvez, a intervenção das organizações de direitos humanos. No entanto, a complexa dinâmica religiosa e cultural da região torna a situação difícil de reverter em curto prazo.
Enquanto a comunidade cristã argelina enfrenta desafios sem precedentes, a busca por soluções continua. O apoio de organizações internacionais e advogados são cruciais para pressionar por mudanças nas políticas que afetam negativamente os direitos religiosos.