Na cidade de São Paulo, um incidente envolvendo um policial militar chamou a atenção da população e das autoridades. Na manhã desta quinta-feira (5), o soldado Luan Felipe Alves Pereira foi preso pela Corregedoria da Polícia Militar após ser filmado jogando um homem de uma ponte na região sul da cidade. A ação policial, capturada em vídeo, gerou repercussão e dividiu opiniões sobre a conduta do policial.
Após o ocorrido, Luan foi afastado das atividades operacionais e aguarda o decorrer das investigações no Presídio Militar Romão Gomes. A prisão foi decretada pelo Tribunal de Justiça Militar, atendendo a um pedido da corregedoria que investiga casos de possível abuso de autoridade e excessos na atuação policial. Outros 12 agentes também foram afastados, aguardando o desfecho das investigações
Como ocorreu a abordagem do policial?
De acordo com informações obtidas pela CNN, o incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (2), na região de Cidade Ademar, zona sul da capital paulista. As imagens registradas mostram um policial pegando uma moto que estava caída no chão e levantando-a. Outros dois agentes se aproximam e, em seguida, o primeiro policial coloca a moto próxima à ponte.
Em seguida, um quarto PM chega com um homem, se aproxima da borda da ponte, agarra a camiseta dele e o arremessa no rio.
Segundo o jornal, o homem lançado na água seria um motociclista que tentou fugir de uma abordagem da Polícia Militar em Diadema, na região do ABC. Os policiais envolvidos no episódio pertencem ao 24º Batalhão de Diadema.
Por que a prisão preventiva foi decretada?
A Justiça decidiu pela prisão preventiva do soldado baseando-se em inúmeros pontos. Além do vídeo que causou comoção social, Luan já havia enfrentado acusações graves anteriormente. Em um episódio que ainda era investigado pela Justiça, ele teria sido responsável pela morte de um suspeito em Diadema após uma perseguição. Estes antecedentes pesaram na decisão.
O que dizem as autoridades sobre as ações da polícia?
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo Freitas, destacou que erros desta natureza são tratados de forma severa. A instituição assume a responsabilidade e realiza apurações detalhadas para evitar reincidências. Negligências no procedimento padrão policial não seriam toleradas, visando a reconstituição da confiança pública na corporação.
Qual é a posição da defesa do policial?
A defesa de Luan Pereira questiona a legalidade e a necessidade da prisão preventiva. Tanto a defesa quanto o advogado do militar argumentam que a prisão antecipada atende mais a uma demanda pública do que aos preceitos legais de um processo justo. Reivindicando que Luan sempre cooperou durante o processo investigativo, sua defesa já planeja ações legais para reverter a decisão judicial.
“Ainda não tivemos acesso a íntegra da decisão, que está em segredo de justiça. Mas essa prisão demonstra que há uma antecipação de culpa. O policial está a disposição da Justiça, mas a prisão preventiva só atendeu a um clamor social, transformando uma prisão processual em uma prisão pena. Essa prisão não atende os requisitos, porque o soldado tem residência fixa, estava cumprindo expediente na Corregedoria todos dias, se apresentou espontaneamente e tem contribuído com a investigação.”, diz a nota.