Recentemente, houve uma redefinição na classificação indicativa de séries clássicas mexicanas exibidas no Brasil. O Ministério da Justiça determinou que “Chaves” passa a ser indicado para maiores de 10 anos, enquanto “Chapolin” agora é recomendado para maiores de 12. Essa alteração gerou diversas reações e levantou um debate sobre o papel do conteúdo televisivo no entretenimento e na formação do caráter do público infantil. Mário Frias, deputado federal, expressou sua insatisfação com a decisão nesse sábado (28/12), destacando que há um paternalismo estatal em determinar o que as famílias podem ou não assistir.
A razão para essa mudança envolve a presença de “drogas lícitas” e “violência” nesses programas que, por muito tempo, foram considerados adequados para todas as idades.
Como Mário Frias reagiu?
A decisão do Ministério da Justiça sobre a classificação de “Chaves” e “Chapolin” foi amplamente discutida, especialmente nas redes sociais. O deputado Mário Frias criticou publicamente a decisão, argumentando que ela se trata mais de imposição de controle do que de proteção ao público. Em seu pronunciamento, ele mencionou que o governo deveria focar em problemas mais urgentes, como a violência real que afeta o país.
O posicionamento do deputado realça um dilema constante: a linha tênue entre regulamentar para proteger e censurar conteúdos culturais. Para muitos, as séries de Roberto Bolaños são uma parte valiosa do aprendizado e entretenimento de gerações, e classificá-las de maneira mais restritiva pode ser visto como um exagero.
Em postagem em seu perfil no X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que a expressão “violência fantasiosa” e a defesa de “drogas lícitas” como justificativas demonstram um desrespeito à capacidade do povo brasileiro de distinguir entre o que é entretenimento de qualidade e inofensivo.
O Ministério da Justiça reclassificou Chaves e Chapolin. Chaves agora não é recomendado para menores de 10 anos, por conter drogas lícitas e violência fantasiosa.
— MarioFrias (@mfriasoficial) December 28, 2024
Já o Chapolin não é indicado para menores de 12 anos, por ter drogas lícitas e violência – sendo recomendada exibição… pic.twitter.com/SdlbfFpfcP
Além disso, o deputado criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que a gestão prioriza uma “engenharia social” em detrimento da proteção da população. Mário Frias, que exerceu o cargo de Secretário de Cultura entre junho de 2020 e março de 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez essas declarações.
O Que Motivou a Revisão da Classificação?
Segundo o Ministério da Justiça, a mudança na classificação dos seriados “Chaves” e “Chapolin” se baseou no entendimento de que a violência, mesmo que fantasiosa, e o consumo de “drogas lícitas” podem impactar de forma negativa as crianças. Estes elementos, embora sutis e geralmente inseridos em contextos humorísticos, podem passar mensagens não adequadas para crianças mais novas, segundo as autoridades.
O debate que envolve a classificação indicativa de programas televisivos também reflete preocupações mais amplas sobre a proteção infantil contra conteúdos potencialmente nocivos. No entanto, essa postura também enfrenta críticas por parte de quem acredita que tal regulamentação pode restringir o acesso a conteúdos culturais considerados parte do patrimônio cultural coletivo.
Como a Sociedade Pode Lidar com Mudanças na Classificação?
Enquanto o debate entre proteção e liberdade de escolha continua, cabe à sociedade encontrar um equilíbrio que respeite a autonomia familiar e a necessidade de regulamentação. Educar pais e filhos sobre o impacto dos conteúdos consumidos pode ser uma abordagem que ambas as partes do debate podem considerar produtiva.
Desse modo, medidas complementares, como a veiculação de informação e análise crítica sobre os conteúdos por instituições e educadores, são essenciais. Ao fomentar um ambiente onde a discussão e educação sobre mídia são priorizadas, é possível que se alcance um consenso sobre o melhor caminho a seguir quanto à classificação indicativa.