Decisão da Juíza Eleitoral Maria Umbelina Zorzetti impacta diretamente na política de Goiânia após denúncias de uso indevido de bens públicos durante campanha eleitoral envolvendo Ronaldo Caiado
Goiânia, 11 de dezembro de 2024 – Em uma decisão que repercutirá fortemente no cenário político de Goiânia, a Juíza Eleitoral Maria Umbelina Zorzetti condenou o Governador de Goiás, Ronaldo Ramos Caiado, à inelegibilidade por 8 anos e cassou o registro de candidatura do prefeito eleito Sandro da Mabel Antônio Scodro, além de sua vice, Cláudia da Silva Lira, também declarada inelegível pelo mesmo período. A sentença foi proferida em resposta a uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) movida pela coligação “Goiânia Acima de Tudo” (PL/NOVO) e pelo candidato Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha.
A investigação apontou que nos dias 7 e 9 de outubro de 2024, o Governador Ronaldo Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governo goiano, para promover jantares com vereadores eleitos e suplentes, eventos que foram considerados pela Justiça como atos de campanha eleitoral em favor de Mabel e Lira. A decisão destaca que houve uso indevido da estrutura governamental, incluindo bens e serviços públicos, para beneficiar candidatos específicos, configurando abuso de poder político e violação das normas eleitorais.
Detalhes da Decisão:
- Ronaldo Caiado: Condenado à inelegibilidade por 8 anos e multa de R$ 60.000,00 por abuso de poder político e prática de condutas vedadas.
- Sandro Mabel: Teve seu registro de candidato a Prefeito cassado, além de ser condenado à inelegibilidade por 8 anos e multa de R$ 40.000,00.
- Cláudia Lira: Cassação do registro de candidata a Vice-Prefeito, inelegibilidade por 8 anos, e multa de R$ 5.320,50.
A sentença também determina a suspensão imediata das atividades eleitorais que foram consideradas irregulares e a exclusão dos partidos envolvidos na distribuição dos recursos do Fundo Partidário.
Os advogados de defesa de Caiado e Mabel argumentaram que os encontros eram reuniões institucionais sem caráter eleitoral, mas as provas, incluindo vídeos e testemunhos, demonstraram que houve pedidos velados de apoio político, o que foi considerado suficiente para configurar o abuso de poder.
A repercussão da decisão na mídia e nas redes sociais foi significativa, com muitos veículos noticiando os fatos como uma clara tentativa de influenciar o pleito eleitoral. A decisão ainda pode ser alvo de recurso, mas enquanto isso, o cenário político de Goiânia se vê em um novo capítulo de incertezas sobre quem assumirá a prefeitura em caso de confirmação definitiva da cassação.
Júnior Melo