Recentemente, o cenário artístico e cultural brasileiro vivenciou uma tensão significativa com a atuação da cantora Claudia Leitte. Durante uma apresentação, a artista substituiu o nome do orixá Iemanjá por “Rei Yeshua” em uma música, fato que gerou acusações de racismo religioso. A ação desencadeou intensas discussões sobre respeito cultural e religioso no Brasil.
O evento ocorreu durante uma performance no dia 14 de dezembro de 2024, resultando em uma denúncia ao Ministério Público da Bahia. A instituição agora investiga a conduta como um possível ato de violação contra direitos culturais e religiosos das comunidades afro-brasileiras.
Como Claudia Leitte Respondeu à Crítica?
Após a comissão das denúncias, Claudia Leitte abordou as críticas em uma coletiva de imprensa durante o Festival Virada Salvador. Ela expressou sua preocupação com a seriedade do assunto, destacando que temas como racismo precisam ser abordados com seriedade e profundidade. A cantora também enfatizou que valores como respeito e solidariedade não devem ser comprometidos.
Apesar da polêmica, Claudia optou por excluir a música “Caranguejo”, originária do incidente, de seu repertório na apresentação em Salvador. Contudo, a mesma canção foi executada novamente em outro evento em Recife, com a letra alterada mais uma vez.
Qual é o Impacto Legal e Cultural da Denúncia?
A denúncia foi formalizada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro, representante do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras. Conforme o Ministério Público, a investigação busca apurar eventuais responsabilidades civis por racismo religioso. A iniciativa tem como objetivo proteger bens culturais e os direitos das comunidades afro-brasileiras.
O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, também se manifestou contra a mudança na letra da música. Ele reiterou que tal atitude desrespeita a cultura negra e seus símbolos, mencionando que artistas devem honrar essas tradições ao invés de modificá-las de forma desrespeitosa.
Por que a Alteração nos Cânticos Religiosos é Problemática?
Substituir elementos de músicas que homenageiam entidades religiosas afro-brasileiras suscita fortes reações porque, para muitas comunidades, os orixás têm profundas raízes culturais e espirituais. É uma questão de reconhecimento e preservação de uma tradição religiosa rica, que tem sido historicamente marginalizada.
O uso comercial ou a descontextualização desses símbolos são considerados por muitos como uma forma de apropriação cultural, desrespeitando a história e a identidade dos grupos envolvidos. Portanto, a discussão vai além do campo musical, envolvendo o respeito por práticas religiosas e tradições culturais.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, com vídeos da apresentação se espalhando rapidamente. As opiniões públicas foram amplamente divididas, com alguns defendendo a liberdade artística de Claudia Leitte e outros condenando o que foi visto como um episódio de intolerância religiosa.