A modalidade de saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem se consolidado como um alicerce econômico relevante no Brasil. Estudos recentes indicam seu papel crucial na sustentação da economia, destacando impactos positivos no Produto Interno Bruto (PIB) e no emprego.
Um estudo conduzido pela consultoria Ecoa, encomendado por organizações como a Zetta e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), trouxe à tona dados que destacam o impacto econômico do saque-aniversário. Este estudo revelou que, em 2023, essa modalidade injetou R$ 26,6 bilhões no PIB brasileiro, evidenciando uma relação de R$ 1,80 de retorno para cada R$ 1 sacado, semelhante ao efeito do programa Bolsa Família.
Como se compara o impacto no PIB?
O impacto do saque-aniversário no PIB é considerável. Com base nos dados de 2023, a Ecoa constatou que a modalidade trouxe um aporte significativo de R$ 26,6 bilhões. Para cada real liberado, a economia registra um efeito multiplicador de R$ 1,80. Esta semelhança com o programa Bolsa Família, que apresenta um multiplicador de R$ 1,78, reforça a importância deste instrumento.
Ambas as iniciativas visam estimular o consumo, e seus impactos positivos se refletem na economia de maneira ampla, demonstrando como o saque-aniversário também se assemelha a estratégias de assistência social.
Qual é o impacto no mercado de trabalho?
Além do crescimento do PIB, o saque-aniversário é reconhecido por sua contribuição ao mercado de trabalho. Em 2023, a injeção de recursos no valor de R$ 26,6 bilhões foi associada à criação de cerca de 221 mil empregos, destacando a relevância desta modalidade em setores econômicos robustos.
A classe C, predominantemente beneficiária do saque-aniversário, utiliza majoritariamente esses recursos para quitar dívidas. Isso, conforme apontado pela economista Silvia Fagá de Almeida, auxilia na diminuição das taxas de inadimplência, proporcionando maior estabilidade financeira para as famílias.
O desafio da sustentabilidade e as possíveis mudanças
Um debate fervoroso se concentra em torno da sustentabilidade do saque-aniversário para o FGTS. Enquanto críticos expressam preocupações sobre a viabilidade financeira, o estudo da Ecoa sugere que os depósitos no fundo têm mantido uma trajetória de crescimento, enquanto a proporção de saques diminuiu.
Discussões sobre possíveis mudanças nas regras do saque-aniversário também emergem, incluindo a possibilidade de retiradas em situações de demissão sem justa causa. Projeções da Ecoa indicam que esses ajustes teriam impacto limitado, com um aumento marginal nos saques.
Quais as consequências da extinção da modalidade?
A abolição do saque-aniversário geraria consequências significativas, especialmente para as famílias das classes mais baixas. Conforme pesquisas, muitos utilizam esses recursos para superar inadimplências e evitar o acúmulo de dívidas. O fim desse benefício poderia aumentar o endividamento, afetando negativamente principalmente a classe C.
O saque-aniversário, portanto, não é apenas uma questão econômica, mas também social. Sua continuidade em 2024 é questionada, mas o estudo sugere que o programa deve ser mantido devido aos seus impactos positivos, ainda que ajustes possam ser implementados para melhorar sua eficiência.