ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO.
O cenário das facções criminosas no Brasil tem mostrado uma presença significativa nas instituições prisionais do país. De acordo com dados recentes da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), há cerca de 100 organizações criminosas identificadas, com atuação em 1.760 pavilhões prisionais. Este levantamento revela a complexidade e a amplitude das atividades dessas facções, especialmente no Nordeste, que lidera em número de ocorrências.
Conforme reportagens sobre o tema, a Bahia desponta como o estado brasileiro com a maior diversidade de facções, somando 21 diferentes organizações. Esse dado ressalta a crescente multiplicidade desses grupos e seus impactos dentro e fora do ambiente prisional. O complexo jogo de influência e controle sobre áreas e territórios torna o cenário da segurança pública ainda mais desafiador.
Como estão distribuídas as facções criminosas no Brasil?
O levantamento regional feito pela Senappen indica que, depois do Nordeste, o Sul é a segunda região em concentração de facções, com 24 identificadas. O Rio Grande do Sul destaca-se nessa região com 10 organizações distintas. No Sudeste, são 18 facções, com Minas Gerais sendo palco de uma disputa acirrada entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de abrigar outras 9 facções.
As organizações no Norte e no Centro-Oeste também somam números expressivos, com 14 e 10 facções, respectivamente. Essa distribuição nacional reflete a complexidade de um problema que vai além das barreiras urbanas, atingindo dimensões regionais e até mesmo internacionais em alguns casos.
Qual o grau de influência do PCC e do Comando Vermelho?
O PCC, originário de São Paulo, ostenta o título de facção com maior presença nacional, operando em 24 estados além do Distrito Federal, ficando ausente apenas no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Esta facção destaca-se pela sua capacidade de articulação e gestão de atividades ilícitas, tanto dentro como fora dos presídios.
Já o Comando Vermelho, com suas raízes no Rio de Janeiro, também extende sua atuação por vários estados, com exceção de São Paulo e Rio Grande do Sul. A rivalidade entre essas duas facções é um dos pontos centrais que marca o cenário de segurança no país, influenciando diretamente as dinâmicas de poder e violência em muitas regiões.
Facções locais e a transição para o cenário internacional
Dentro da lista de 88 facções identificadas, a maioria, ou seja, 72 delas, atuam com alcance local, refletindo um enfoque mais limitado em bairros ou cidades específicas. Entretanto, 14 grupos operam em nível regional e apenas duas têm influência que se estende além das fronteiras nacionais. Este panorama sugere tendências de crescimento de algumas facções que buscam expandir suas operações e aumentar suas áreas de influência.
A evolução desses grupos para atuar internacionalmente marca uma nova era de criminalidade organizada no Brasil, exigindo uma resposta mais coordenada entre diferentes níveis de governo e, potencialmente, parcerias multinacionais para combater eficazmente essas extensões do crime organizado.