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A Universidade de Brasília (UnB) anunciou a adoção de uma política de cotas direcionada a pessoas transexuais. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 17 de outubro de 2024, o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a medida que destina 2% das vagas de todos os cursos de graduação para indivíduos que se identificam como pessoas trans. Essa decisão histórica alinha a UnB a outras universidades federais no Brasil que já implementaram políticas semelhantes visando a ampliação da diversidade e inclusão, tornando-se a 11ª a adotar tal estratégia.
A Implementação das Cotas Trans
A medida aprovada pelo Cepe define que aproximadamente uma vaga por curso será reservada para pessoas trans, abrangendo travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não binárias. Enrique Vuelva, vice-reitor da UnB e presidente do Cepe, declarou que o novo sistema de cotas passará a ser implementado nos próximos editais de seleção. Vuelva destacou a relevância do momento para a universidade, reforçando seu compromisso com os direitos humanos e a inclusão social.
Atuação da Comunidade Acadêmica
A reitora da UnB, Márcia Abrahão, ressaltou o papel essencial da universidade na promoção da democratização do acesso à educação. Abrahão relembrou as iniciativas pioneiras da universidade, como o sistema de cotas raciais e o Vestibular 60+, voltado para pessoas com mais de 60 anos. “A aprovação das cotas para pessoas trans reafirma nosso compromisso com a equidade e um Brasil mais justo”, afirmou a reitora.
O Diretor do Diretório Acadêmico dos Estudantes (DCE), Maktus Fabiano, que é membro do coletivo trans da UnB, comemorou a aprovação. Fabiano considera a política um marco na história da universidade e um exemplo a ser seguido por outras instituições: “A força estudantil mostrou mais uma vez que pode transformar o que está posto”, declarou emocionado.
Precedentes na Inclusão de Pessoas Trans no Ensino Superior
A Universidade de Brasília não está isolada nessa iniciativa. Em 2018, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) foi a primeira instituição de ensino superior do país a reservar vagas exclusivamente para pessoas trans. Desde então, outras universidades, como a Universidade Federal do ABC (UFABC) em São Paulo e a Universidade Federal Fluminense (UFF) no Rio de Janeiro, também adotaram políticas semelhantes.
Impacto e Expectativas Futuras
A decisão da UnB é vista como um passo significativo no fortalecimento das políticas de inclusão no ensino superior brasileiro. Ao adotar cotas para pessoas trans, essas universidades visam não apenas promover a diversidade no ambiente acadêmico, mas também enriquecer a experiência dos estudantes e fomentar um ambiente que reflete melhor a sociedade contemporânea. O sucesso dessas políticas pode inspirar outras instituições de ensino a seguirem o mesmo caminho, ampliando ainda mais o alcance da inclusão e da representatividade.