Os servidores da Receita Federal programaram uma paralisação de 24 horas, prevista para esta quinta-feira (17), em resposta às demandas não atendidas pelo governo. A movimentação ocorre poucos meses após o término de uma greve prolongada, que se estendeu por mais de 80 dias e foi encerrada em fevereiro deste ano.
Em negociações anteriores, os auditores da Receita chegaram a um acordo provisório com o governo, representado pelos Ministérios da Fazenda e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Aceitaram ajustes em benefícios como auxílio-alimentação e saúde, sem aumento salarial para 2024. O Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) declarou que as propostas estavam de acordo com a realidade fiscal do país, mas os trabalhadores continuam insatisfeitos com a falta de revisão salarial desde 2016.
Aumento de Tensão e Demandas Persistentes
Dão Real, da diretoria intersindical do Sindifisco Nacional, ressaltou que enquanto outras carreiras governamentais, como a AGU e a Polícia Federal, têm mesas de negociação contínuas, a Receita Federal ficou de fora dessas discussões. Os servidores buscam negociações para tratar de perdas inflacionárias passadas, ainda não abordadas por completo pelo governo.
Perspectiva de Greve e Impacto nos Serviços
Os servidores estão considerando uma greve mais extensa caso suas demandas continuem sem resposta. Durante a paralisação de um dia, planejam manter pelo menos 30% das operações, priorizando importações sensíveis, como alimentos e medicamentos. As fiscalizações de outras mercadorias podem ser afetadas negativamente, caso a mobilização se intensifique.
Acordo de Produtividade e Desafios Futuramente
O não cumprimento do pagamento de um bônus de produtividade, acordado ainda em 2016, é uma das principais queixas dos auditores. O governo propôs um sistema de bônus progressivo, alinhado a metas de arrecadação, mas os repasses ainda não foram concretizados. O Sindifisco enfatiza a importância da recomposição salarial e critica mudanças no entendimento governamental sobre as obrigações anteriores.
O secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, considera o bônus um mecanismo moderno para alinhar salários ao desempenho, mas os auditores buscam apenas a compensação por perdas inflacionárias acumuladas.