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O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região proferiu uma decisão significativa contra a emissora Record, exigindo a recontratação do jornalista Arnaldo Duran, além de uma indenização de R$ 400 mil por demissão discriminatória. O caso começou no final de 2023, quando Duran foi desligado da empresa, uma decisão que ele considerou ilegal devido à sua condição médica.
Diagnosticado com a ataxia espinocerebelar tipo 3, também conhecida como síndrome de Machado-Joseph, em 2016, Duran levou a emissora a julgamento, acusando-a de capacitismo. A condição, que afeta a coordenação motora e a postura, é frequentemente equivocada com outras condições mais conhecidas, como o mal de Parkinson.
Jornalista Reintegrado na Record
A decisão de reintegrar o jornalista Arnaldo Duran ao time da Record veio após uma liminar favorável na 89ª Vara do Trabalho de São Paulo. A justiça brasileira prescreve que demissões de funcionários acometidos por doenças como a síndrome de Machado-Joseph são consideradas, a princípio, atos de discriminação.
Segundo a juíza Daniela Mori, faltaram provas convincentes de que a demissão de Duran não estava conectada à sua enfermidade. A Record alegou motivos financeiros para os cortes, mas o tribunal entendeu isso como abuso de direito. A decisão ainda permite que a Record recorra.
Indenização e Conduta Ilícita
O valor da indenização foi calculado levando em consideração a severidade do dano causado, a conduta da emissora, e as circunstâncias econômicas envolvidas. Além da reintegração e indenização, a Justiça também apontou diversos direitos trabalhistas que não foram cumpridos, revelando um cenário de supostas infrações laborais.
Foi determinado que a Record deveria, além de indenizar, regularizar pendências como o pagamento de FGTS, adicional por tempo de serviço, férias e 13º salário. Esses elementos reforçam a determinação de que o jornalista tinha uma relação de trabalho mantida irregularmente sob contrato com PJ, quando deveria ser sob o regime CLT.
Qual o impacto no setor jornalístico?
Este caso realça a importância da proteção dos direitos dos trabalhadores, especialmente em situações que envolvem condições médicas. A decisão pode estabelecer um precedente significativo no Brasil, promovendo ações mais diligentes e justas por parte das empresas de grande porte, especialmente na indústria da mídia.
- Fortalece a discussão sobre capacitismo no ambiente de trabalho.
- Pode inspirar outros trabalhadores a buscarem seus direitos quando discriminados.
- Realça a necessidade de políticas mais humanas e inclusivas nas empresas.
O Futuro de Arnaldo Duran na Record
Com a definição judicial em andamento, Arnaldo Duran aguarda o próximo capítulo desta história complexa. A decisão de reintegração é uma vitória não só para ele, mas para muitos profissionais que enfrentam circunstâncias similares. Enquanto a Record ainda não se pronunciou, o caso continua a repercutir no meio jornalístico.
Neste cenário, as empresas são lembradas da importância de tratar seus colaboradores com dignidade, independência das circunstâncias de saúde, mantendo sempre os princípios éticos e legais no centro de suas práticas de gestão de pessoal.