Os consumidores brasileiros podem sentir um aumento nos preços das bebidas, tanto alcoólicas quanto não alcoólicas, com a possível retomada do Sicobe (Sistema de Controle de Produção de Bebidas) pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Desativado em 2016 após um escândalo de corrupção, o sistema volta a ser o foco de discussões sobre sua eficácia no controle e monitoramento da produção no setor de bebidas.
O Sicobe foi implementado com o objetivo de rastrear a produção de bebidas no Brasil, visando combater práticas de sonegação fiscal e fraude tributária. A suspensão do sistema ocorreu há quase sete anos, após a descoberta de um escândalo envolvendo a Casa da Moeda e uma empresa suíça, que resultou em investigações e questionamentos sobre sua viabilidade econômica e técnica.
Argumentos Favoráveis à Retomada
A favor da reativação do Sicobe, alguns ministros do TCU destacam sua importância para incrementar a arrecadação e combater a pirataria no mercado de bebidas, que em 2022 apresentou perdas significativas. Uma maior fiscalização poderia garantir um mercado mais justo e formal, contribuindo também para políticas públicas mais eficazes no setor.
Controvérsias e Desafios
Apesar dos argumentos favoráveis, a Receita Federal mantém uma postura contrária ao retorno do sistema. Segundo o órgão, o Sicobe é considerado oneroso, responsável por 15% dos custos de arrecadação do setor de bebidas, e tecnicamente superado por tecnologias mais modernas, como a Nota Fiscal Eletrônica e o Bloco K. Inclusive, no período sem o sistema, a arrecadação teria aumentado em 9%.
Implicações para o Consumidor e o Setor
Se retomado, o Sicobe pode trazer implicações diretas para o consumidor, devido ao repasse dos custos adicionais no controle de produção para os preços finais das bebidas. Os produtores de bebidas também podem enfrentar desafios em adaptar suas operações às exigências desse controle rigoroso.