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Nas eleições municipais de 2024, cinquenta e três deputados federais que não conseguiram se reeleger desembolsaram impressionantes R$ 152,1 milhões em suas campanhas para prefeituras. Para se ter uma ideia, esse montante seria suficiente para financiar um mês de Bolsa Família para 253,5 mil brasileiros. Além disso, valor semelhante daria para adquirir, duas vezes, a ilha mais cara do Brasil, localizada em Angra dos Reis (RJ), cujo preço é de R$ 75 milhões.
Os dados foram obtidos através de acompanhamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas cifras ainda estão passíveis de atualização, considerando que a prestação de contas final está prevista para ocorrer até o início do próximo mês. Ao todo, 74 deputados federais estiveram envolvidos nas eleições municipais de 2024. Destes, 6 lograram êxito, 15 seguirão para o segundo turno e 53 foram derrotados.
Quem mais investiu nas eleições de 2024?
Entre os deputados que não conseguiram vitória, o que mais gastou foi o Delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que concorria à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele desembolsou expressivos R$ 21,8 milhões, representando 14,3% do total gasto por todos os deputados. Do total, a maior parte foi destinada a serviços prestados por terceiros, totalizando 38% das despesas.
Em segundo lugar, aparece a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), candidata à prefeitura de São Paulo, que teve despesas de R$ 14,3 milhões. Os serviços terceirizados também constituíram a maior parte dos seus gastos, chegando a 70,7% do total.
Como os custos eleitorais afetam a economia local?
Os gastos substanciais com campanhas eleitorais não apenas sinalizam as prioridades dos candidatos, mas também geram impacto direto na economia local. No caso de deputados como Beto Pereira (PSDB-MS), que investiu R$ 8,9 milhões na competição por Campo Grande, parte desses recursos foi destinada à produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, representando 34,8% de todo o montante.
A prestação de contas dos candidatos inclui uma ampla gama de despesas. Entre elas, destacam-se investimentos em material publicitário, produção audiovisual, serviços advocatícios e despesas com pessoal. O prazo para apresentação da prestação de contas finais referentes ao primeiro turno é 5 de novembro, mas as informações podem ser atualizadas à medida que novos dados forem registrados.
Por que os candidatos gastam tanto em campanhas?
Os altos investimentos nas campanhas políticas se justificam pela importância das eleições para a projeção e consolidação de poder. Estes números mostram a relevância do marketing político na decisão eleitoral. Além disso, os recursos são empregados na construção de imagem, alcance da mensagem eleitoral e, principalmente, na tentativa de conquistar a confiança do eleitorado.
- Materiais de campanha visual como banners e cartazes;
- Produção de conteúdo para televisão, rádio e redes sociais;
- Contratação de equipes para planejamento estratégico e assessoria de comunicação;
- Despesas com advogados especializados em direito eleitoral.
Essas estratégias destacam-se na disputa municipal, onde a proximidade com o eleitor é mais intensa. No entanto, os valores exorbitantes revelam a disparidade de recursos entre candidatos e tornam o debate sobre o financiamento de campanhas ainda mais pertinente em nosso cenário político atual.