Os Estados Unidos têm intensificado suas medidas para limitar os veículos chineses em seu território. Recentemente, o Departamento de Comércio dos EUA propôs uma proibição completa de qualquer software ou hardware em carros conectados que tenha origem na China. Esta decisão surge após a implementação de um imposto de 100% sobre veículos elétricos chineses.
A principal justificativa do governo americano é a preocupação com a segurança cibernética. De acordo com informações, existem suspeitas de que a China estaria utilizando malwares embutidos em infraestruturas críticas norte-americanas, o que poderia resultar em graves ameaças à segurança e à privacidade dos cidadãos americanos. Conheça também a lista com os 10 carros mais econômicos para 2025.
Por que a China está na mira dos EUA?
Segundo a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, há evidências de que adversários estrangeiros, como a China, possam usar softwares veiculares para vigilância ou até mesmo para assumir o controle remoto de veículos. Isso poderia causar acidentes de grande escala, bloqueios de estradas e outras perturbações críticas.
Os “carros conectados” são o principal ponto de preocupação. Estes veículos possuem conectividade com a internet e outras tecnologias sem fio, tornando-os vulneráveis a ataques cibernéticos. O governo dos EUA teme que, na pior das hipóteses, um adversário estrangeiro possa desativar ou controlar todos os veículos remotamente.
Quem será mais afetado pela medida?
A proibição não apenas visa impedir a entrada de novos carros chineses nos EUA, mas também afeta as montadoras americanas e grandes empresas automotivas que dependem de componentes chineses. Por exemplo, a Ford e a GM têm parcerias com fabricantes chineses para produzir modelos como o Lincoln Nautilus e o Buick Envision, respectivamente.
- Lincoln Nautilus: Produzido na China em colaboração com a Changan Auto.
- Buick Envision: Um modelo da GM produzido pela joint venture com a SAIC Motor.
- Volvo S90: Fabricado na China pela Geely, que também controla a Polestar.
- Polestar 2: Outro modelo da Polestar afetado pela regulação.
É importante notar que a regulação também afetará outros componentes de carros americanos que sejam de origem chinesa, impondo um desafio às montadoras para substituir esses equipamentos.
Quando essas proibições entrarão em vigor?
A proposta do governo Biden está aberta a discussão pública por 30 dias e deve ser finalizada até 20 de janeiro. A proibição de software de origem chinesa deverá entrar em vigor a partir dos modelos do ano 2027, enquanto a proibição de hardware está prevista para os modelos de 2030, ou janeiro de 2029.
O que pode acontecer se as medidas forem aceitas?
Em suma, se as proibições forem aceitas, a expectativa é de que a indústria automotiva nos EUA lance uma ampla reforma em seus sistemas de hardware e software para eliminar qualquer vestígio de tecnologia chinesa. Representantes da Alliance For Automotive Innovation, que inclui grandes montadoras como General Motors, Toyota, Volkswagen e Hyundai, afirmam que o processo de remoção e substituição desses componentes pode levar tempo, dado que são produzidos em diversas partes do mundo.
De qualquer forma, a decisão do governo americano é clara: minimizar o risco de interrupção ou sabotagem por parte de adversários estrangeiros, garantindo assim maior segurança para a estrutura veicular e a privacidade de seus cidadãos.