O uso de turbocompressor e injeção direta surgiu da necessidade de aumentar a potência dos motores, especialmente em carros esportivos. Hoje, porém, são usados até mesmo em motores 1.0 como uma forma de torná-los mais eficientes e potentes.
Se antes estes pequenos motores flex rendiam cerca de 70 cv/litro, com a injeção direta e o turbo já chegam aos 130 cv/litro. É mais potência (e torque, também) do que os motores 2.0 de 20 anos atrás conseguiam entregar. Isso também aumenta a complexidade, mas será que isso pode reduzir a vida útil do motor?
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Como funciona a injeção direta?
A injeção direta pulveriza o combustível diretamente na câmara de combustão a uma pressão que pode ser superior a 200 bar. Com pressões tão elevadas, é possível atomizar o combustível a ponto de formar partículas microscópicas, que permitem uma queima mais eficiente, gerando mais economia e potência do que num sistema convencional, quando a gasolina é injetada a 4 bar no coletor de admissão.
O papel do turbo compressor no desempenho do motor
O turbocompressor usa o fluxo de gases de escape do próprio motor para levar mais ar para dentro da câmara de combustão do motor. Em carros pequenos, essa pressão costuma variar entre 0,8 e 1,4 bar, pressão suficiente para aumentar a massa de ar, a admissão de combustível e, consequentemente, a potência e o torque do motor.
Os motores modernos são menos duráveis?
A resposta é não. Os motores são desenvolvidos para cumprir as exigências de durabilidade impostas por cada fabricante para que o motor acompanhe a vida útil média de um carro – em geral, 300.000 km. Grande parte dos esforços adicionais no motor foi absorvida por limites de segurança generosos praticados no passado.
Como garantir a durabilidade dos motores turbo?
Com tolerâncias menores, os motores modernos estão mais dependentes da qualidade do óleo lubrificante e de seus aditivos. Por isso, não basta mais seguir apenas a viscosidade do óleo do motor, também é preciso comprar um óleo que cumpra com as exigências estabelecidas por cada fabricante. Essas normas estabelecem uma química de aditivos específica, que cumpre com exigências quanto a interação com combustível, com componentes do motor (como uma correia dentada banhada a óleo) e com a temperatura. Afinal, é o mesmo óleo que lubrifica o turbocompressor.
Manutenção e cuidados com o sistema de arrefecimento
Como a temperatura também é crítica, o nível do líquido de arrefecimento deve ser acompanhado e trocado conforme o manual do proprietário – que pode preconizar a manutenção a cada dois anos ou até com intervalos de 10 anos. E nunca deve ser completado com água de torneira ou da chuva: só a água desmineralizada não tem minerais que podem oxidar o motor por dentro.
Combustível de qualidade é fundamental
É essencial utilizar combustível de qualidade. Álcool com muita água pode condenar componentes da injeção do carro. Uma gasolina adulterada também pode contaminar a câmara de combustão e o óleo, além de aumentar a deposição de carvão dentro do motor.
Prevenindo a carbonização
A injeção direta pode aumentar a carbonização dentro do motor e, por isso, pode ser interessante utilizar aditivo no combustível regularmente. Alguns fabricantes preconizam isso no manual do proprietário. Carros que combinam injeção direta e indireta têm menos probabilidade deste problema, pois a injeção indireta acaba “lavando” as válvulas e a cabeça do pistão. A longo prazo, isso faz diferença.
- A manutenção adequada do óleo e do líquido de arrefecimento é essencial.
- Utilizar combustível e aditivos de qualidade ajuda a prevenir problemas.
- A combinação de injeção direta e indireta pode reduzir a carbonização.