O mercado de carros elétricos no Brasil tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2024, os emplacamentos de veículos elétricos superaram as vendas de 2023, com mais de 109.283 unidades vendidas entre janeiro e agosto, segundo dados da ABVE. Esse crescimento tem gerado potenciais impactos tanto no mercado de novos quanto de usados.
No entanto, apesar do aumento nas vendas de novos modelos, muitos consumidores estão preocupados com a desvalorização desses veículos no mercado de usados. Modelos como o Renault Kwid e-Tech, por exemplo, sofrem desvalorização significativa em um curto período. Conheça a lista com os 10 carros mais econômicos para 2025.
Por que a desvalorização dos carros elétricos está acontecendo?
O principal fator por trás da rápida desvalorização de muitos carros elétricos é a chegada de novos modelos mais competitivos. Um exemplo notável é o BYD Dolphin, que foi lançado no Brasil em 2023. O presidente da Auto Avaliar, J.R Caporal, aponta que a chegada dos 0 km com preços mais acessíveis desvaloriza rapidamente os modelos usados.
Como o BYD Dolphin afetou o mercado?
Desde sua chegada, o BYD Dolphin tem redefinido o patamar de preços no mercado de veículos elétricos. Ele foi lançado oferecendo mais conteúdo e funcionalidades pelo mesmo valor dos três elétricos mais baratos do Brasil na época: Kwid, Caoa Chery iCar e JAC E-JS1.
Quais são os impactos no valor dos veículos usados?
Modelos como o Kwid e-Tech, que foram lançados com preços altos, estão agora enfrentando grande desvalorização. O Kwid e-Tech, por exemplo, teve uma queda de 44,3% em seu valor dois anos após o lançamento. Em loja, ele pode ser encontrado por um valor próximo ao de um 0 km, mostrando a pressão exercida pelos modelos recém-lançados.
Exemplo prático: Peugeot e-2008
O Peugeot e-2008 é outro exemplo. Lançado com um preço de R$ 259.990, teve pouca aceitação no mercado inicialmente. Mas quando seu preço foi reduzido para R$ 159.990, houve uma significativa alta nas vendas, esgotando estoques rapidamente.
Mercado em formação e adaptação
Caporal explica que o mercado de carros elétricos ainda está em formação e o contexto de preços altos no lançamento pode ter influenciado essa desvalorização. Ele acredita que ainda não existem bases estatísticas robustas para que o mercado se regule de forma autónoma.
- Desvalorização do Kwid e-Tech: 44,3% em dois anos
- Desvalorização do Peugeot e-2008: Ajuste significativo no preço e aumento nas vendas
- Cenário favorável para o BYD Dolphin, com desvalorização mínima de 9,63%
Estratégias de mercado e futuro
A BYD tem adotado uma estratégia cautelosa, evitando a redução de preços de tabela e optando por oferecer benefícios adicionais. Além disso, a marca lançou um programa de recompra que garante pagar até 80% da Tabela Fipe, uma iniciativa vista como promissora.
Por fim, a chegada de novas montadoras ao Brasil traz questionamentos sobre confiança e continuidade, o que também pode influenciar a desvalorização futura dos veículos elétricos.
O mercado de carros elétricos no Brasil está em um estágio de adaptação e crescimento. A introdução de modelos competitivos como o BYD Dolphin redefine preços e estratégias, impactando diretamente a desvalorização de modelos usados. À medida que o mercado amadurece, espera-se uma auto-regulação e uma estabilização no valor desses veículos.
Em suma, a sobrevivência e sucesso das novas marcas dependerão de estratégias como garantias de recompra e confiança do consumidor, fatores que determinam sua sustentabilidade no mercado brasileiro.