Um estudo recente revela uma significativa presença de 34,2 milhões de motos na base de dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Dentre esses veículos, 28,4% são de propriedade de mulheres. Esse percentual, embora ainda represente menos de um terço da frota atual, é o dobro do registrado no ano 2000, quando apenas 15,9% das motocicletas eram de propriedade feminina.
O crescimento do público feminino na posse de motos ocorreu de maneira linear, englobando tanto motocicletas como motonetas. Nas motonetas, o condutor se posiciona com as pernas juntas, um estilo bastante comum em scooters. Esse aumento de interesse pelas motonetas é evidente para algumas montadoras, como a Honda.
Público feminino e scooters: uma tendência em crescimento
Recentemente, a Honda destacou, durante o lançamento da Elite 125, que 60% dos compradores desse modelo são mulheres. A marca atribui essa preferência a fatores como peso, tamanho, design, segurança e desempenho urbano das scooters.
As vendas desses veículos confirmam a tendência: em 2023, os scooters e CUBs representaram 32% das vendas no acumulado de janeiro a junho. No primeiro semestre de 2024, a participação de mercado desses segmentos cresceu para 36%, o maior percentual desde 2019.
Por que as mulheres preferem scooters?
As scooters oferecem uma série de vantagens que atraem especialmente o público feminino. Entre essas vantagens, o câmbio automático se destaca, tornando mais intuitivo o aprendizado para quem acabou de obter a habilitação de moto. Para conduzi-las, basta acelerar e frear, sem a necessidade de trocar marchas.
- Facilidade de condução
- Design compacto e leveza
- Maior sensação de segurança
- Desempenho adequado para o ambiente urbano
Mais da metade dos donos de motos não possuem CNH
Além do aspecto de gênero, o estudo do Senatran revelou um dado curioso e preocupante: dos 34,2 milhões de proprietários de motos, 17,5 milhões não possuem a devida habilitação para a categoria correta (A ou AB). Isso equivale a 53,8% do total.
Muitos desses proprietários não necessariamente estão em situação irregular. O levantamento sugere que esse comportamento pode estar relacionado ao uso de veículos compartilhados, aluguel de motocicletas ou até mesmo a preferências por utilizar veículos de familiares e amigos. Essa dinâmica reflete mudanças nas formas de condução no Brasil.
Quais são os impactos dessa tendência?
O crescimento da propriedade feminina de motos e o aumento no uso de scooters refletem uma mudança comportamental significativa no mercado automotivo. As montadoras, atentas a essas mudanças, têm adaptado seus modelos para melhor atender às necessidades e preferências desse público.
Por outro lado, a elevada quantidade de proprietários sem habilitação adequada levanta questões sobre a educação e regulamentação de trânsito no país. É essencial que campanhas de conscientização e programas de acesso à carteira de habilitação sejam fortalecidos para melhorar a segurança nas vias.
Em resumo, à medida que mais mulheres estão optando por scooters e motonetas, as montadoras continuam inovando para atender essa demanda crescente. Paralelamente, a questão da habilitação precisa ser abordada com seriedade para assegurar uma condução responsável e segura.