Nos últimos anos, a procura por carros elétricos no Brasil tem crescido significativamente. Mesmo assim, muitos consumidores ainda se perguntam se a aquisição de um veículo desse tipo é realmente vantajosa. Os custos iniciais são elevados, mas economizar com combustíveis como gasolina ou diesel a longo prazo pode ser um grande atrativo.
A decisão de comprar um carro elétrico também envolve analisar os incentivos do governo federal destinados a esse setor. Com a alta dos impostos de importação e novas políticas para favorecer a produção nacional, o cenário automobilístico no Brasil está em constante evolução.
Carros elétricos: vantagens e desvantagens
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), as vendas de carros de passeio eletrificados atingiram números impressionantes. Em 2023, foram vendidos 93.927 veículos, um crescimento de 91% em relação a 2022. Esse aumento nas vendas pode ser atribuído, em parte, ao aumento progressivo das alíquotas de importação, que gerou uma antecipação na compra destes veículos.
No entanto, será que essa tendência de alta nas vendas justifica o investimento num carro elétrico? Para muitos consumidores, a resposta pode estar na análise dos prós e contras desse tipo de veículo, bem como na compreensão das recentes mudanças nas políticas de importação e incentivos governamentais.
Como os impostos e incentivos afetam o setor de carros elétricos?
O governo brasileiro tem implementado uma série de medidas para incentivar a produção de veículos elétricos no país. O aumento das taxas de importação é uma dessas ações, projetada para fortalecer a indústria automotiva nacional e acelerar a descarbonização da frota. A seguir, veja como essas alíquotas progredirão até 2026:
Para veículos elétricos:
- 10% em janeiro de 2024
- 18% em julho de 2024
- 25% em julho de 2025
- 35% em julho de 2026
Para veículos híbridos:
- 15% em janeiro de 2024
- 25% em julho de 2024
- 30% em julho de 2025
- 35% em julho de 2026
Vale a pena comprar um carro elétrico hoje em dia?
Diante de altos custos iniciais, muitas pessoas questionam se o investimento em um carro elétrico é válido. Atualmente, os preços de veículos eletrificados são significativamente mais altos do que os de combustão interna. Mas, como explica Ricardo Roa, da KPMG, a avaliação deve ser feita a longo prazo.
“Um veículo a combustão de R$ 115 mil pode ter seu valor superado com os benefícios de um elétrico de R$ 150 mil em três anos, considerando os menores custos com energia elétrica em comparação à gasolina”, detalha Roa. Estimativas indicam que um carro elétrico pode rodar de 300 a 400 quilômetros com uma carga que varia de R$ 30 a R$ 50 na própria residência, economizando consideravelmente em relação aos veículos a combustão.
Quais são os desafios dos carros elétricos no Brasil?
Um dos grandes desafios para a adoção de carros elétricos no Brasil é a infraestrutura de recarga. Hoje, os postos de recarga estão principalmente concentrados no Sudeste, dificultando o uso desses veículos em outras regiões. Para melhorar esse cenário, o governo e empresas privadas precisam investir na ampliação da rede de recarga, facilitando o acesso a estações carregadoras em todo o país.
Outro ponto é a necessidade de incentivar a produção nacional. Embora algumas montadoras, como BYD, GWM e Stellantis, estejam começando a fabricar veículos elétricos no Brasil, os modelos nacionais ainda representam uma pequena parcela do mercado. A política de incentivos pode mudar essa realidade aos poucos, dando mais competitividade ao setor.
No final das contas, a decisão de comprar um carro elétrico deve considerar não apenas o investimento inicial, mas também todas as economias e benefícios que ele pode trazer a longo prazo. Além disso, o desenvolvimento da indústria nacional e a ampliação da infraestrutura de recarga são fatores que contribuirão para que os carros elétricos se tornem uma escolha cada vez mais viável e popular no Brasil.