Recentemente, o foco das investigações relacionadas à chamada “Abin paralela” sofreu uma mudança significativa. Inicialmente centradas no uso do software espião FirstMile, agora as apurações priorizam a análise de dossiês produzidos contra adversários políticos durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Estes documentos foram elaborados por membros ativos do governo, gerando uma série de controvérsias e questionamentos legais.
O software FirstMile, conhecido por sua capacidade de rastrear a localização de pessoas utilizando sinais de celulares em torres de comunicação, foi apenas uma das ferramentas empregadas nas ações questionáveis. Além da Abin, outras instituições, incluindo o Exército e governos estaduais, também utilizaram esta tecnologia, o que amplia o escopo das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulação desses dispositivos em operações de inteligência.
Com a transição do ponto focal das investigações, a Polícia Federal agora direciona seu olhar para as “operações de inteligência não-republicanas” que ocorreram tanto na Abin quanto no Palácio do Planalto. Segundo o documento que fundamentou a prisão de envolvidos, essas operações frequentemente resultaram na disseminação de desinformação e interferências em investigações judiciais.
Alexandre Ramagem, ao criticar o redirecionamento das investigações, afirmou que a compra do sistema FirstMile foi regular, destacando que sua gestão procurou manter o controle e a integridade no uso da ferramenta. Apesar dessas alegações, a Polícia Federal sustenta que houve abusos e desvios significativos que necessitam de resposta e correção legal.