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O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia informou neste domingo (16) que 14 pessoas morreram durante a peregrinação do Hajj em Meca, na Arábia Saudita, e outras 17 estão desaparecidas. Pelo menos seis das mortes foram atribuídas ao calor, de acordo com o ministério no sábado (15).
As temperaturas em Meca estavam previstas para atingir 47 °C na segunda-feira (17). No comunicado deste domingo, não foi especificado se o aumento do número de mortos também se deveu ao calor extremo. Autoridades sauditas haviam alertado que as temperaturas durante a reunião anual poderiam chegar a 48 °C.
O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia está coordenando com autoridades sauditas em Jeddah procedimentos de enterro e a possível transferência dos corpos de volta ao país. A notícia das mortes chegou enquanto os peregrinos se reuniam no Monte Arafat no sábado (15), marcando o evento principal da peregrinação. A sobrinha de uma das falecidas contou à CNN Árabe que sua tia morreu no Monte Arafat e foi enterrada na Arábia Saudita.
Mais de 1,8 milhão de pessoas participam do Hajj este ano, segundo a Autoridade Geral Saudita de Estatísticas. O Hajj é um dos maiores encontros religiosos do mundo e o maior evento anual na Arábia Saudita. Ele ocorre dois meses e 10 dias após o término do Ramadã, durante o mês islâmico de Dhul-Hijjah. Como o calendário islâmico é lunar e mais curto que o calendário gregoriano, a data do Hajj muda ligeiramente a cada ano.
Este ano, a Arábia Saudita enfrenta um calor extremo durante a peregrinação de cinco dias, com temperaturas chegando a 48 °C. As autoridades do Hajj estão pedindo aos peregrinos que carreguem guarda-chuvas e se mantenham hidratados, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Muhammad Al-Abdulaali, conforme relatado pela agência de notícias estatal SPA.
O exército saudita mobilizou mais de 1.600 funcionários com unidades médicas especializadas para insolação e 30 equipes de resposta rápida. Outros 5 mil voluntários de saúde e primeiros socorros também estão participando.
A Jordânia informou anteriormente que havia mais de 4 mil peregrinos na sua delegação oficial este ano. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país esclareceu que os seis que morreram não faziam parte da “delegação oficial”, o que significa que não tinham licenças válidas do Hajj para realizar a peregrinação.
Realizar o Hajj é um dos cinco pilares do Islã, exigindo que todo muçulmano, que seja física e financeiramente capaz, faça a viagem à cidade sagrada de Meca pelo menos uma vez na vida. A peregrinação inclui numerosos rituais, como o uso de uma vestimenta especial que simboliza a igualdade humana e a unidade diante de Deus, a procissão circular ao redor da Kaaba e o apedrejamento simbólico do mal. Aqueles que completam a peregrinação podem adicionar a frase al-Hajj ou hajji (peregrino) aos seus nomes.
Ao longo da última década, a Arábia Saudita investiu bilhões de dólares para melhorar os transportes, a tecnologia e o alojamento dos peregrinos que realizam o Hajj, uma importante fonte de rendimento para o maior produtor de petróleo do mundo.