A Polícia Federal suspeita que o desembargador Ivo de Almeida, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, vendeu decisões judiciais a um narcotraficante internacional ligado a Fernandinho Beira-Mar, conforme informações publicadas pelo Estadão. Segundo a PF, a propina negociada seria de R$ 1 milhão.
De acordo com a corporação, Almeida não atuava apenas nas ações e procedimentos sob sua relatoria, mas também manipulava a distribuição de processos, aproveitando-se especialmente dos plantões judiciários na capital paulista.
Segundo o site O Antagonista, o caso mais crítico envolve Romilton Hosi, condenado a 39 anos de prisão por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, uso de documento falso e associação para o tráfico. Hosi é identificado como um dos homens de confiança de Fernandinho Beira-Mar. Em 2002, o narcotraficante fugiu do Fórum de Campo Grande após o pagamento de R$ 1 milhão em propina a policiais, segundo a PF.
O advogado Luiz Pires Moraes Neto, defensor de Hosi, e um guarda civil que trabalhava em seu escritório, teriam negociado a venda de decisões judiciais com intermediários de Ivo de Almeida. As investigações apontam que o magistrado tratou da proposta para autorizar a transferência de Romilton para o presídio de Campo Grande, facilitando uma nova tentativa de fuga.
Operação Churrascada
A Polícia Federal desencadeou na última quinta-feira a Operação Churrascada, visando investigar o desembargador Ivo de Almeida por corrupção através da venda de decisões judiciais. Mais de 80 agentes foram mobilizados para cumprir 17 mandados de busca e apreensão, incluindo a residência do magistrado e outros locais relacionados a ele, tanto na capital quanto no interior do estado.
Além das buscas, o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento cautelar de Ivo de Almeida de suas funções no TJ-SP por um ano, segundo informações do site O Antagonista.