Recentemente, a Turma Regional de Uniformização (TRU) dos Juizados Especiais Federais da 4ª Região tomou uma decisão importante que afeta diretamente beneficiários de ajudas governamentais. Em uma sessão realizada de forma telepresencial, foi estabelecido que o auxílio-emergencial, destinado a amparar desempregados durante a pandemia, não pode ser recebido simultaneamente com o seguro-desemprego.
Essa decisão, que foi tomada por unanimidade, veio após um pedido para uniformizar a interpretação legislativa que sustentava a possibilidade de recebimento concomitante das assistências financeiras, sob a justificativa de que o atraso na liberação do seguro-desemprego não deveria impedir o recebimento do auxílio-emergencial. Este pedido foi inspirado por uma decisão anterior da 5ª turma Recursal do Rio Grande do Sul.
O que diz o relator da decisão sobre essa incompatibilidade?
De acordo com o juiz Federal Rodrigo de Souza Cruz, relator do caso, o auxílio-emergencial foi criado como uma rede de proteção para indivíduos afetados economicamente pela pandemia, que se encontram sem emprego e sem renda. Por outro lado, o seguro-desemprego já cumpre a função de prover suporte financeiro durante o período de desemprego. Assim sendo, a acumulação dos benefícios foi considerada incompatível com os objetivos do programa emergencial.
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Quais são as implicações dessa decisão?
A decisão da TRU estabelece um precedente importante e serve como orientação para casos futuros nos JEFs da 4ª Região. Segundo a tese fixada, “O recebimento de prestação de seguro-desemprego, inclusive de competências anteriores, é impeditivo para a obtenção do auxílio-emergencial no mesmo período.” Isso significa que pessoas que receberem o seguro-desemprego não terão direito ao auxílio-emergencial enquanto estiverem sendo beneficiadas por essa prestação.
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Como isso afeta quem já está recebendo ambos os benefícios?
Para aqueles que já estão recebendo ambos os benefícios, é importante estar atento às orientações legais e buscar orientação jurídica se necessário. Afinal, a decisão exige que os beneficiários escolham apenas um dos dois tipos de suporte financeiro disponíveis. Isso requer um planejamento cuidadoso, considerando as necessidades individuais e a duração estimada do desemprego.
A mudança pode causar dúvidas e incertezas entre aqueles que dependem dessas fontes de rendimento. Por isso, é essencial que as partes afetadas procurem informações e suporte apropriados para entender completamente suas opções e os impactos dessa decisão em suas vidas financeiras durante este período de incertezas econômicas.